Quem revelou que Renan fraudou texto de Brossard foi este blog. Aguarda-se a correção
Pois é… O senador Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, reagiu à evidência de que ele fraudou o conteúdo de um acórdão do Supremo sobre a extensão das CPIs, de que foi relator o então ministro Paulo Brossard. Já trato desse assunto, que é muito grave. Mas quero aqui corrigir uma informação e convido o site do Estadão a fazer o mesmo, em nome da precisão jornalística. Leio lá o seguinte (em vermelho):
Reportagem do Estado desta quinta, 10, revelou que, ao defender sua posição favorável à CPI de vários fatos desconexos, Renan disse que um habeas corpus concedido pelo Supremo na década de 90 “pacificou” o entendimento da Corte máxima de que “novos fatos determinados podem ser incorporados ao rol inicial” dos pedidos de CPIs. Contudo, ao Estado, Brossard, relator do habeas corpus, e o ex-ministro Carlos Velloso, que participou do julgamento, rebateram o entendimento de Renan e afirmaram que só se pode acrescentar novos fatos a uma CPI no curso das investigações e caso eles tenham conexão.
Errado! Quem revelou a fraude de Renan foi este blog, não o estadão. O post foi publicado às 7h07 do dia 9, quarta-feira. A reportagem do Estadão foi publicada só nesta quinta. No meu texto, reproduzo a imagem do acórdão e da síntese fraudada, feita por Renan.
Mais: eu já havia apontado que a decisão de Renan estava em descordo com o acórdão no Supremo na terça-feira, dia 8, às 17h41.
E voltei ao tema ontem, às 16h21.
Quando o Estadão fez a sua “revelação”, portanto, nesta quinta-feria, eu já havia postado três textos a respeito.
Este blog publica links de reportagens alheias, reproduz, às vezes, alguns trechos, sempre dando crédito a quem merece. Há uma possibilidade de os repórteres do Estadão não estarem entre os quase 200 mil acessos que esta página teve na quinta e na sexta. Mas, em respeito a esses, então, que se atribua a “revelação” a quem, de fato, revelou.
O post de ontem foi manchete da VEJA.com, informa-me o comando da redação.
Faltassem essas evidências, o meu texto foi lido ontem na tribuna do Senado, o que também se pode constatar. O Estadão não pode ter revelado hoje o que já era mais do que público ontem — e tornado público, originalmente, aqui.
10 de abril de 2014
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