RIO – Juarez Távora, ministro da Viação do governo de Castelo Branco, foi a Jaguaribe, sertão do Ceará, inaugurar uma obra. O prefeito, sabendo da velha úlcera de Juarez, ficou preocupado com a alimentação dele e procurou informar-se. Disseram-lhe que o ministro se alimentava muito pouco. Bastava uma maionese de camarão e um copo de leite.
Em Jaguaribe não há camarão, o prefeito mandou buscar em Fortaleza. A maionese foi de avião, no dia, prontinha. Na hora do almoço, a mesa imensa e lauta como as mesas ricas do Nordeste. E, na cabeceira, protegida por um guardanapo de linho, a travessa com a maionese de camarão para Juarez, como uma joia.
Mal sentaram-se, o presidente da Câmara Municipal puxou o braço do secretário da Câmara Municipal:
- O que é isso aí?
- Maionese de camarão.
- Me dá que eu adoro.
E o presidente da Câmara Municipal jogou a metade no prato dele. O prefeito viu, ficou em pânico, falou no ouvido do secretário da Câmara:
- Diz a ele que essa maionese é do ministro, O ministro gosta muito.
- Mas ninguém gosta mais do que eu.
E o secretário da Câmara jogou a outra metade no prato dele.
Juarez almoçou leite.
DILMA
E é uma hora ingrata. Dilma volta carregando nas costas o pesado saco de vãs promessas feitas em Davos e aqui encontra as devastadoras manchetes da Economia gritando nas TVs e primeiras paginas dos jornais:
- “US$ 81,4 Bilhões foi o tamanho do rombo das contas externas brasileiras em 2013. O déficit passou de 2,41% do PIB em 2012 para 3,66% do PIB no ano passado. As contas externas brasileiras tiveram um rombo recorde de US$ 81,4% bilhões em 2013. De acordo com os dados do Banco Central (BC), divulgados sexta-feira, o déficit de todas as trocas de serviços e do comércio do Brasil com o resto do mundo aumentou 50% no ano passado e extrapolou a projeção do BC que era encerrar o ano com um déficit de US$ 79 bilhões. Apesar da alta de 14,6% do dólar, o comercio exterior deteriorou-se e os gastos lá fora explodiram. Para os especialistas, o resultado confirma um quadro de vulnerabilidade externa”. ( O Globo).
E o PT exigindo e querendo comer a maionese inteira do Governo.
IBGE
A Pesquisa Mensal de Emprego abrangia só as seis maiores regiões metropolitanas: São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Salvador, Brasília, Recife e Porto Alegre. Segundo ela, no segundo trimestre de 2013 o desemprego teria sido de 5,9%. Agora, pela nova metodologia do serio e indiscutível IBGE,a Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio em 3.500 cidades diz que a taxa de desemprego no mesmo período no Brasil foi de 7,4%.
A diferença no número de desempregados, medido pela Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílio, comparativamente à Pesquisa Mensal de Emprego, demonstra que a taxa de desemprego por regiões é expressiva: no Norte 8,3%. No Nordeste 10%. No Centro-Oeste 6%. No Sudeste, 7,2%. No Sul 4,3%.Já o emprego com carteira assinada,segundo o IBGE,é : Norte 65,3%, Nordeste 61,5%, Centro-Oeste 77,4%, Sudeste 80,8%, Sul 84%.
Na nova metodologia do IBGE, a população economicamente ativa é a Força de Trabalho: quem está empregado e quem procura emprego. A idade mínima foi elevada de 10 para 14 anos, contemplando a designação de aprendiz. Segundo o IBGE, 38,5% da população em idade para trabalhar não tem ocupação e nem procura emprego, não entrando nas estatísticas de desemprego. Verdadeiro exercito de 61 milhões de brasileiros.
Os brasileiros com 14 anos ou mais, que não têm nem procuram emprego, são: entre 14 e 17 anos, 10,9 milhões. Entre 18 e 21 anos, 7 milhões. De 25 a 39 anos, 9 milhões. De 40 a 59 anos, 13,9 milhões. A partir de 60 anos, 20,5 milhões, totalizando 61,3 milhões. Uma nação.
Entre os que não procuram emprego e não trabalham a não-educação aparece chocante: 55,4% não terminaram o ensino fundamental, A nova metodologia do IBGE radiografará o desemprego na economia. Com realismo e sem o propagandísmo dos marqueteiros de plantão.
26 de janeiro de 2014
Sebastião Nery
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