"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

O ATIVISMO ANTI-ISRAEL

           
          Artigos - Religião 
Uma vez que a esquerda secular odeia Israel, faz sentido que a esquerda evangélica siga essa mesma tendência nesse aspecto. Os “evangélicos” anti-Israel estão mais preocupados com o que o mundo pensa deles do que com o que o Deus de Israel ensina na Bíblia.

“Retrocedam envergonhados todos os que odeiam Sião.”
Sl 129.5.
“O Senhor escolheu Sião, com o desejo de fazê-la sua habitação.”
Sl 132.13.

Os últimos anos têm testemunhado o surgimento do ativismo anti-Israel dentro do evangelicalismo nos Estados Unidos (e em muitos outros países). Liberais dentro da cristandade muito freqüentemente têm sido anti-Israel, escolhendo apoiar o terrorismo do povo recentemente inventado, chamado de “palestino”. Mark Tooley escreveu sobre essa irrupção no American Spectator, em um artigo intitulado “Countering Anti-Israel Evangelism” (Refutando o Evangelismo Anti-Israel) [1].
 
Por causa do surgimento desse ativismo anti-Israel temos tratado do assunto em nossas publicações e conferências[2]. Nossos palestrantes demonstram o que a Bíblia ensina sobre o futuro de Israel e o papel que Deus tem guardado para Seu povo escolhido e sua terra. Acrescentamos ao fundamento bíblico a análise dos importantes acontecimentos na história e demonstramos pela lei internacional por que o moderno Israel tem todos os direitos legais a Jerusalém e a toda a terra a oeste do rio Jordão.
 
Os que odeiam Sião

Considerando aqueles “evangélicos” que se opõem a Israel e apóiam o chamado direito da “Palestina” à terra de Israel, é intrigante ver como alguém que afirma conhecer e entender a Bíblia pode em essência se tornar “alguém que odeia Sião”. Todavia, este é o resultado claro das ações daqueles “evangélicos” que se opõem ao moderno Estado de Israel. Como certa vez observou Dave Hunt, o Antigo Testamento chama o Senhor de “Deus de Israel” por 103 vezes. Será que o Senhor de alguma forma deixou de ser o Deus de Israel no Novo Testamento?[3]
 
Estas pessoas vieram a crer que Deus terminou totalmente Sua obra com a nação de Israel e que os judeus deveriam ser tratados como qualquer outra nação no mundo. Na verdade, elas defendem políticas que tratam Israel pior do que qualquer outra nação no mundo. Para elas, de algum modo, Israel é a causa de todos os problemas do mundo. Assim, são pessoas que odeiam Israel ou Sião.
 
Tooley observa: “Nos últimos anos, os evangélicos anti-Israel têm realizado uma conferência chamada “Christ at the Checkpoint” (Cristo no Posto de Controle), em Belém, onde alguns evangélicos proeminentes dos Estados Unidos têm sido palestrantes” [4], Tooley continua, citando o aumento de conferências anti-Israel semelhantes a esta, que estão sendo realizadas em todos os Estados Unidos em igrejas evangélicas bastante destacadas.
Ele afirma que: “O sentimento anti-Israel entre as elites evangélicas é mais forte na academia e em grupos de ajuda internacional e de missões” [5].
Em dezembro de 2013, a ESA -- Evangélicos for Social Action (Evangélicos Pela Ação Social) realizaram uma grande conferência “chamada Impact Holy Land (Impacte a Terra Santa), na qual atuaram proeminentes clérigos palestinos e evangélicos americanos” [6].
 
No passado, antes que surgisse um movimento de ativismo anti-Israel entre os evangélicos, havia sempre alguns que se opunham ao moderno Estado de Israel, mas eram geralmente bastante moderados e não realizavam conferências nem estavam engajados em ativismo.
 
Parece que, com o surgimento das influências pós-modernas nas igrejas evangélicas durante os últimos quinze anos, seguiu-se um declínio no ensino e na crença na Bíblia, e uma mudança para um programa de trabalho político e social esquerdista nas mesmas. Uma vez que a esquerda secular odeia Israel, faz sentido que a esquerda evangélica siga essa mesma tendência nesse aspecto. Os “evangélicos” anti-Israel estão mais preocupados com o que o mundo pensa deles do que com o que o Deus de Israel ensina na Bíblia.
 
Embora tais “evangélicos” geralmente desprezem a leitura literal, normal, ou adequada da Bíblia, ninguém pode duvidar que, como Israel é citado mais de 2.500 vezes nas Escrituras, no Antigo e no Novo Testamentos, haja pelo menos uma base prima facie (N.T.: perceptiva ao mero olhar) de um futuro para Israel. Escrevendo no Novo Testamento em Romanos 11.1, Paulo diz sobre a nação de Israel: “Acaso Deus rejeitou o seu povo? De maneira nenhuma!”.
No próximo versículo, ele declara: “Deus não rejeitou o seu povo, o qual de antemão conheceu” (Rm 11.2). E, a seguir, afirma: “Quanto ao evangelho, eles (os judeus) são inimigos por causa de vocês; mas quanto à eleição, são amados por causa dos patriarcas, pois os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis (Rm 11.28-29).
 
Tal reafirmação sobre a eleição de Israel e seu chamado por Deus no Novo Testamento deveria ser suficiente para qualquer um que tenha ao menos um mínimo de respeito pela Bíblia. Isto significa que nada no Antigo Testamento mudou no que se refere à nação de Israel, inclusive as dezenas de profecias que predizem um futuro para a nação de Deus.
 
Em Atos 5, quando os líderes religiosos judeus estavam perseguindo os Apóstolos por pregarem o Evangelho logo após a ressurreição de Jesus, um fariseu chamado Gamaliel advertiu seus companheiros líderes:

“Portanto, neste caso eu os aconselho: deixem esses homens em paz e soltem-nos. Se o propósito ou atividade deles for de origem humana, fracassará; se proceder de Deus, vocês não serão capazes de impedi-los, pois se acharão lutando contra Deus” (At 5.38-39).
 
Eu faço o mesmo tipo de recomendação aos “evangélicos” anti-Israel! Se o moderno Estado de Israel for obra de homens, então ele perecerá dentro da providência de Deus. Se for um ato de Deus, como certamente cremos que é, então não há nada que vocês possam fazer para impedir os propósitos d'Ele.
Um dia, vocês verificarão que estiveram lutando contra Deus, o que certamente é uma proposta perdedora.
 
Os que amam Sião

O Livro de Zacarias foi um dos últimos livros a serem escritos no cânon do Antigo Testamento, cerca de 500 anos antes do nascimento de Cristo. O livro enfoca a cidade de Deus, Jerusalém.
 
Zacarias, em hebraico, significa “O Senhor se Lembra”. O profeta quer saber se Deus se esqueceu de Jerusalém. “Senhor dos Exércitos, até quando deixarás de ter misericórdia de Jerusalém e das cidades de Judá, com as quais estás indignado há setenta anos?” (Zc 1.12). Essa pergunta foi feita 2.500 anos atrás, e parece que algumas pessoas, hoje, pensam que o Senhor realmente se esqueceu de Jerusalém, que também é conhecida como Sião na Bíblia.
 
“Então o Senhor respondeu palavras boas e confortadoras ao anjo que falava comigo” (Zc 1.13). Essa deve ter sido uma conversa entre o Senhor e um de Seus anjos. “E o anjo me disse [a Zacarias]: Proclame: Assim diz o Senhor dos Exércitos” (Zc 1.14a).
 
O Senhor transmite a Zacarias sete promessas sobre Jerusalém, ou Sião:
1. “Eu tenho sido muito zeloso com Jerusalém e Sião” (Zc 1.14b). O Senhor cuida intensamente de Jerusalém e Sião, o que é uma revelação de Seus motivos que levarão a Suas ações em favor dessa cidade.
 
2. “Mas estou muito irado contra as nações que se sentem seguras. Porque eu estava apenas um pouco irado com meu povo, mas elas aumentaram a dor que ele sofria!” (Zc 1.15). Agora o Senhor deve estar profundamente irado contra o tratamento que as nações dão a Israel, sendo este o motivo pelo qual Ele está preparando as nações e Israel para o juízo da Tribulação.
 
3. “Por isso, assim diz o Senhor: Estou voltando-me para Jerusalém com misericórdia” (Zc 1.16a). Talvez parte daquilo que motiva nosso Senhor quando lida com Israel, Jerusalém e Sião é a compaixão d'Ele, provocada pela oposição a Israel, da parte das nações ao seu redor.
 
4. “E ali o meu templo será reconstruído (...), declara o Senhor dos Exércitos” (Zc 1.16b). Logicamente que isto se refere, neste contexto, à reconstrução do segundo Templo, que foi destruído pelos romanos. Contudo, isto mostra que o Senhor às vezes é movido a agir por solidariedade ao Seu povo, como resultado deste ser maltratado pelas nações.
 
5. “A corda de medir será esticada sobre Jerusalém” (Zc 1.16c). Medir, na Bíblia, geralmente tem a ver com avaliação. Isso parece ser relacionado com a medição do terceiro Templo, durante a Tribulação, de acordo com Apocalipse 11.1-2.
 
6. “Diga mais: Assim diz o Senhor dos Exércitos: As minhas cidades transbordarão de prosperidade novamente” (Zc 1.17a). Observe que essas cidades, que incluem Jerusalém e as cidades ao seu redor, em Judá, serão novamente bem-sucedidas, o que ficou evidente durante o tempo de Cristo, uma vez que cidades como Belém eram novamente cidades judaicas prósperas. Quanto mais hoje essas cidades estão prosperando diante dos nossos olhos.
 
7. “O Senhor consolará novamente a Sião e escolherá Jerusalém” (Zc 1.17b). Isto Ele já fez antes da primeira vinda de Cristo, e, como vimos em Romanos 11, Ele jamais deixou Seu povo Israel de lado. Isto também se aplicaria hoje, à medida que a mão de Deus está sobre a nação judaica, preparando Seu povo para seu destino profético, que está a caminho em nossos dias.
 
Conclusão

Em seu artigo, Tooley sugere que os evangélicos pró-Israel precisam deixar um pouco de usar os argumentos bíblicos contra os “evangélicos” anti-Israel, apresentando, em vez deles, argumentos pragmáticos.
Embora eu concorde que devamos usar uma ampla variedade de argumentos para nos posicionarmos em favor do moderno Estado de Israel, não concordo que devamos usar principalmente argumentos pragmáticos, especialmente com aqueles que afirmam valorizar a Bíblia.
A motivação para nossa postura pró-Israel é, primeira e principalmente, porque a Bíblia afirma que Deus tem um plano para o futuro de Israel. Se dermos um passo para fora da Bíblia, estaremos apenas a um passo de nos tornarmos anti-Israel.
Da mesma forma, quando damos um passo para fora da Bíblia em qualquer questão, damos um passo para fora do motivo principal para fazermos qualquer coisa, especialmente quando se trata de apoiarmos Israel. Maranata! (Pre-Trib Perspectives -- www.Beth-Shalom.com.br)

Notas:1. The American Spectator. “Countering Anti-Israel Evangelism” [Refutando o Evangelismo Anti-Israel]. O artigo (em inglês) pode ser lido na internet no seguinte endereço: http://spectator.org/archives/2013/09/13/countering-anti-israel-evangel. Em português: www.juliosevero.com.br/2013/12/refutando-o-evangelismo-anti-Israel.html.
2. Para maiores informações sobre o Congresso Internacional Sobre a Palavra Profética e nossas outras conferências, acesse www.chamada.com.br/congressos/.
4. Tooley, “Countering Anti-Israel Evangelism” [Refutando o Evangelismo Anti-Israel].
5. Tooley, “Countering”.
6. Tooley, “Countering”.

20 de dezembro de 2013
Thomas Ice é diretor-executivo do Pre-Trib Research Center. Ele é autor de muitos livros e um dos editores da Bíblia de Estudo Profética.
Publicado na revista Notícias de Israel.

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