Com parte da capital às escuras, moradores vão às ruas para exigir o retorno do fornecimento de energia elétrica
Distribuidoras não conseguem suprir a demanda, em alta devido às temperaturas elevadas no país
Moradores de diversos bairros de Buenos Aires fecharam ruas da cidade para protestar contra a falta de luz em suas casas, problema que vem se repetindo nos últimos dias.
Ontem, a estrada Luis Dellepiane, uma das vias que ligam o centro da capital argentina ao aeroporto de Ezeiza, foi bloqueada pela quarta vez em dois dias por vizinhos da Villa Lugano, sem luz e água há uma semana. Num dos piquetes, os manifestantes ficaram por cinco horas no local.
Na noite de anteontem, um protesto também fechou a rua onde fica a gráfica que imprime os jornais "Clarín" e "La Nación", em Barracas, o que impediu que caminhões deixassem o local com as publicações.
Horas antes, um panelaço também impediu o trânsito no trecho da avenida Corrientes na esquina com a rua Serrano, na Villa Crespo, vizinha ao turístico Palermo Soho.
Os apagões ocorrem no mês de dezembro mais quente em 43 anos na cidade.
Nos últimos dias, os termômetros registraram 39°C, o que levou o serviço de meteorologia a emitir alerta vermelho pelo calor.
Com a temperatura alta, o consumo de energia também aumenta, mas as empresas distribuidoras não conseguem suprir a demanda.
Na manhã de ontem, idosos que vivem num edifício de 20 andares do bairro Boedo foram resgatados por bombeiros, já que os elevadores não funcionam.
Segundo Alberto Crescenti, diretor do sistema de resgate de emergência da cidade, foram feitos 1.100 atendimentos nos últimos dias por causa da falta de luz.
ESTATIZAÇÃO
Ontem, o chefe de gabinete da Presidência, Jorge Capitanich, voltou a ameaçar estatizar as companhias de distribuição de energia elétrica se os problemas não forem solucionados.
Já o ministro do Planejamento, Investimentos e Serviços, Julio De Vido, informou que os consumidores serão ressarcidos por danos causados pela falta de energia.
"É inaceitável ver os dois dando desculpas pela falta de luz, sem ajudar ninguém. Eles são responsáveis pela política energética do país", disse a deputada de oposição Elisa Carrió.
À tarde, ela e outros dois parlamentares enviaram uma carta ao ministro do Interior, Florencio Randazzo, pedindo que ele informe qual o plano de ação da Defesa Civil diante da falta de luz e água em vários locais.
28 de dezembro de 2013
LÍGIA MESQUITA - Folha de São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário