Artista é bicho esquisito mesmo, com algumas exceções. Fazem de tudo para serem reconhecidos e endeusados, ao mesmo tempo que se escondem do assédio. Permitem sem chiar que os repórteres de perfumarias e os paparazzi revelem suas intimidades em revistas de abobrinhas e aceitam invasões de revistas “chiques” às suas residências, mas não querem ver tudo isso reunido em uma só obra.
Simples mesmo foi o Noca da Portela que disse “depois que eu morrer, podem até me chamar de viado”, o que não significa nada para a questão em si, mas apenas a trata com o desprezo que ela deve ser tratada.
Tudo isso é falta do que fazer. Riquíssimos, todos os que abraçaram a causa da censura não produzem nada que preste há mais de vinte anos, não sei se por preguiça ou por esgotamento de talento, sé é que isso é possível, resolveram, juntos, sair do marasmo e, para espantar o tédio e o Alzheimer, arrumaram sarna para coçar. Errados ou não, eles estão é tirando as teias de aranha dos seus cérebros que, na maior parte dos casos, nunca funcionaram muito bem quando o assunto é outro que não seja a música. Ou vão querer me enganar que Roberto, Erasmo, Gil, Caetano, Chico ou Djavan já produziram algo relevante, à exceção de belas canções? E já não é o bastante?
Dá pena, mas eu, pelo menos, não estou conseguindo separar a cagada conjunta dessas toupeiras geriátricas das suas obras.
30 de outubro de 2013
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