"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

ALTA DA GASOLINA LEVA MINISTÉRIO DA FAZENDA E PETROBRAS A SE DESENTENDEREM

 

A definição de uma fórmula de reajuste da gasolina e do diesel, para reforçar o caixa da Petrobras e garantir o cumprimento de seu plano de investimento, causou desconforto entre a estatal e o Ministério da Fazenda.
 
A equipe econômica concorda em criar um mecanismo que dê "previsibilidade" para a Petrobras, mas não gostou da forma como o assunto foi tornado público nem do modelo aprovado pela diretoria da empresa.
 
A Folha apurou que o ministro Guido Mantega (Fazenda) manifestou sua insatisfação durante conversas com diretores da estatal na sexta-feira passada, após a reunião do conselho de administração, órgão que é presidido por ele.
 
Na avaliação de assessores presidenciais, a Petrobras pressionou "publicamente" o governo a aprovar sua proposta o quanto antes, quando ainda não havia autorização final para o modelo sugerido pela diretoria da estatal.
 
Irritou o Ministério da Fazenda a forma como a Petrobras discutiu o tema na mais recente reunião do conselho de administração, registrando em ata que a diretoria da empresa havia aprovado uma fórmula de reajuste automático para gasolina e diesel.
 
Com isso, a informação acabou sendo repassada oficialmente ao mercado por meio de fato relevante.
 
Nele, a estatal diz que sua "diretoria-executiva deliberou sobre uma metodologia de precificação a ser praticada pela companhia", que foi "apresentada ao conselho de administração, que determinou a elaboração de simulações adicionais e estabeleceu o prazo de 22 de novembro para sua consideração".
 
Na visão do governo, não havia motivos para divulgar oficialmente ao mercado acionário uma proposta que ainda não estava finalizada e que está sujeita a ajustes.
 
Dentro da estatal, assessores argumentam que o ministro não pode afirmar que foi surpreendido com a discussão do mecanismo de reajuste automático, que já vinha sendo debatido nas últimas reuniões do conselho.
 
Além disso, na quarta passada, antes da reunião, a presidente da Petrobras, Graça Foster, informou a Mantega que a diretoria da empresa apresentaria uma fórmula para avaliação. A equipe econômica não contava, porém, que ela fosse formalizada.
 
Interlocutores de Graça Foster argumentam que ela tem deixado claro ao governo que não defende uma proposta que possa prejudicar o trabalhos da equipe econômica para conter a inflação.
 
Procurados, Fazenda e Petrobras se limitaram a negar que haja desentendimento.

30 de outubro de 2013
NATUZA NERY e  VALDO CRUZ - Folha de São

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