Com grande atraso, uma vez que era previsto em lei desde o ano 2000, o governo lançou nesta semana o Plano Nacional de Contingência (PNC) para casos de vazamento de petróleo de grandes proporções no mar.
Um esquema desse tipo era reclamado pela sociedade, principalmente depois do grande acidente em um poço da British Petroleum (BP) no Golfo do México, em 2010, cujos efeitos devastadores soaram como um aleita mundial com relação à possibilidade de desastres em plataformas marítimas.
O PNC, anunciado um dia depois do leilão do Campo de Libra, representa um avanço, mas a adoção das medidas previstas é cercada de condicionantes - dependerá da quantidade de óleo vazado, dos impactos ambientais, da sensibilidade da área atingida e da capacidade das operadoras de solucionar o problema.
"Não é uma coisa objetiva, mas um conjunto de valores que serão analisados individualmente ou de maneira coletiva", afirmou o secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Marco Antonio Almeida. Assim, o PNC não seria posto em prática, por exemplo, no caso do vazamento ocorrido em 2011 no Campo de Frade, na Bacia de Santos, sob responsabilidade da Chevron e da Transocean. Segundo Almeida, "o volume que vazou foi para alto-mar e não provocou consequência nenhuma".
Ele se esqueceu de mencionar os danos à vida marinha e a controvérsia que o episódio gerou, resultando em ações na Justiça. Se aquele acidente foi visto com leniência pelo governo, pode-se imaginar o tratamento que se daria à Petrobrás, fosse ela a responsável. Lembre-se de que também já houve vazamento de 160 barris de petróleo na área do pré-sal no ano passado, no Campo de Carioca, operado pela estatal, igualmente na Bacia de Santos.
O poço foi fechado na fase de testes.
Um esquema desse tipo era reclamado pela sociedade, principalmente depois do grande acidente em um poço da British Petroleum (BP) no Golfo do México, em 2010, cujos efeitos devastadores soaram como um aleita mundial com relação à possibilidade de desastres em plataformas marítimas.
O PNC, anunciado um dia depois do leilão do Campo de Libra, representa um avanço, mas a adoção das medidas previstas é cercada de condicionantes - dependerá da quantidade de óleo vazado, dos impactos ambientais, da sensibilidade da área atingida e da capacidade das operadoras de solucionar o problema.
"Não é uma coisa objetiva, mas um conjunto de valores que serão analisados individualmente ou de maneira coletiva", afirmou o secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Marco Antonio Almeida. Assim, o PNC não seria posto em prática, por exemplo, no caso do vazamento ocorrido em 2011 no Campo de Frade, na Bacia de Santos, sob responsabilidade da Chevron e da Transocean. Segundo Almeida, "o volume que vazou foi para alto-mar e não provocou consequência nenhuma".
Ele se esqueceu de mencionar os danos à vida marinha e a controvérsia que o episódio gerou, resultando em ações na Justiça. Se aquele acidente foi visto com leniência pelo governo, pode-se imaginar o tratamento que se daria à Petrobrás, fosse ela a responsável. Lembre-se de que também já houve vazamento de 160 barris de petróleo na área do pré-sal no ano passado, no Campo de Carioca, operado pela estatal, igualmente na Bacia de Santos.
O poço foi fechado na fase de testes.
No pré-sal, sendo as perfurações feitas a grandes profundidades, podendo ultrapassar 7 km, os riscos são grandes, tanto na fase de testes como na de exploração. Mas no papel, ao menos, o PNC institui um esquema articulado para emergências, envolvendo a participação de diversos órgãos oficiais.
A coordenação caberá à Marinha, se o acidente ocorrer em águas internacionais; ao Ibama, se for dentro das fronteiras marítimas nacionais; e à Agência Nacional do Petróleo (ANP), responsável também por acidentes que envolvam estruturas submarinas de perfuração e produção de petróleo.
O plano prevê que os custos de limpeza serão da operadora, que estará sujeita à aplicação de multas mais rigorosas - que, segundo a ministra de Meio Ambiente, Izabella Teixeira, podem chegar a R$ 1 bilhão, dependendo da gravidade.
A coordenação caberá à Marinha, se o acidente ocorrer em águas internacionais; ao Ibama, se for dentro das fronteiras marítimas nacionais; e à Agência Nacional do Petróleo (ANP), responsável também por acidentes que envolvam estruturas submarinas de perfuração e produção de petróleo.
O plano prevê que os custos de limpeza serão da operadora, que estará sujeita à aplicação de multas mais rigorosas - que, segundo a ministra de Meio Ambiente, Izabella Teixeira, podem chegar a R$ 1 bilhão, dependendo da gravidade.
A ênfase, naturalmente, deve recair sobre a prevenção de vazamentos. Sob esse aspecto, o PNC, além de delegar atribuições, estabelece medidas a serem tomadas para reduzir riscos, destacando-se entre elas a criação do Sinóleo, um sistema de monitoramento em tempo real de acidentes no mar, o que requererá a aquisição de equipamentos modernos e treinamento para capacitação de pessoal.
Logo após o leilão de Libra, a presidente da Petrobrás, Graça Foster, disse que o campo é o "grande desafio" para a empresa, e o ponto crucial é justamente como operá-lo. Sob o ponto de vista de segurança, as responsabilidades da estatal aumentam exponencialmente, tanto mais considerando que é a única operadora do pré-sal, de acordo com o marco regulatório em vigor.
Logo após o leilão de Libra, a presidente da Petrobrás, Graça Foster, disse que o campo é o "grande desafio" para a empresa, e o ponto crucial é justamente como operá-lo. Sob o ponto de vista de segurança, as responsabilidades da estatal aumentam exponencialmente, tanto mais considerando que é a única operadora do pré-sal, de acordo com o marco regulatório em vigor.
Dessa forma, no caso de acidentes considerados de grandes dimensões, caberá à estatal o ônus de tomar as medidas de prevenção absolutamente indispensáveis, bem como arcar com os eventuais custos de limpeza, penas pecuniárias e indenizações a empresas ou pessoas prejudicadas por vazamentos.
Resta esperar que os órgãos do governo incumbidos de executar o plano, especialmente a ANP, ajam com rapidez em caso de acidentes, não se deixando enredar por empecilhos burocráticos comuns quando vários órgãos são envolvidos. É indispensável também total transparência, com vista inclusive a evitar especulações no mercado acionário.
O Estado de S. Paulo
30 de outubro de 2013
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