"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

VISITA DA COMISSÃO DA VERDADE AO DOI-CODI TEM AGRESSÃO ENTRE PARLAMENTARES

Após discussão, o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) atingiu o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) com um soco na barriga.  Grupo montou um varal em frente ao Batalhão do Exército, na Tijuca, com as fotos de mortos e desaparecidos da ditadura



O deputado Jair Bolsonaro e o senador Randolfe Rodrigues batem boca em frente ao 1º Batalhão da Polícia do Exército, durante visita da Comissão Estadual da Verdade
Foto: O Globo / Márcia Foletto
O deputado Jair Bolsonaro e o senador Randolfe Rodrigues batem boca em frente ao 1º Batalhão da Polícia do Exército, durante visita da Comissão Estadual da Verdade O Globo / Márcia Foletto

A visita de integrantes da Comissão Estadual da Verdade, parlamentares e representantes do Ministério Público ao 1º Batalhão da Polícia do Exército, na Tijuca, na manhã desta segunda-feira, começou com agressões. Durante uma discussão, o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) atingiu o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) com um soco na barriga. No local, funcionou o Destacamento de Operações de Informações — Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), principal centro de tortura durante a ditadura militar.
 
A confusão começou quando Bolsonaro quis entrar junto com a comissão do Exércitio. O parlamentar, no entanto, foi impedido por integrantes da Comissão da Verdade. Ele, então, forçou a entrada em um portão, mas a ação foi repreendida pelo senador Randolfe Rodrigues. Os dois, então, trocaram empurrões, e a discussão terminou em agressão.
 
Por fim, Bolsonaro conseguiu entrar no prédio, mas ficou no pátio do Batalhão. Antes da confusão, o presidente da Comissão, Wadih Damous, condenou a presença do parlamentar.
 
— É uma provocação. A presença dele não tem nada a ver com a pauta. Sua presença entre nós é indesejável. A presença do Bolsonaro integra o time das viúvas da ditadura — afimou Damous.
 
Bolsonaro rebateu:
 
— Eles não aceitam o contraditório.
 
A visita às dependências do Exército faz parte da campanha para que o local seja tombado e transformado em um centro de memória. Além disso, a comissão vai pedir ainda a lista dos prisioneiros políticos que passaram pelo DOI-Codi durante a ditadura e também informações sobre o atentado à bomba na OAB, em agosto de 1980.
 
Um grupo de estudantes e de integrantes de movimentos sociais montou um varal em frente ao Batalhão com as fotos de mortos e desaparecidos da ditadura, entre eles Wladimir Herzog. Na manifestação, que ocupa uma faixa da rua Barão de Mesquita, também está presente o grupo Tortura Nunca Mais. O acesso da imprensa ao prédio não foi autorizado pelo Exército.
 
Além de Randolfe Rodrigues, a comitiva conta ainda com a presença do senador João Capiberibe (PSB-AP) e da deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP). O policiamento foi reforçado no local.
 
No fim de agosto, a visita do grupo da Comissão Estadual da Verdade foi barrada pelo Exército.

23 de setembro de 2013
Cássio Bruno - O Globo

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