"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 8 de setembro de 2013

NÃO FALTA MAIS NADA


Aceitar a opressão acaba sempre numa humilhante cumplicidade. Covardia é consentimento. 

O que falta na Democracia da Silva deste notável ano de 2013, para ser tudo aquilo que apedrejava há 20 anos quando FHC subiu a rampa em 1995 tomou gosto pelo poder e só passou a faixa oito anos depois para Lula que só a entregou para Dilma também oito anos depois, em janeiro de 2010?!?

Há um diplomata submetido a inquisição porque fez, com um senador boliviano, o que Tarso Genro e Lula fizeram com o criminoso italiano Cesare Battisti;

Há tapumes, barreiras, cordões de isolamento e aparatos bélicos de segurança separando o povo do governo, numa simples e habitual parada em homenagem à Independência do Brasil;

Há a ameaça de "governança da internet" e a teimosa e temível tentativa de implantar o cerceamento à liberdade de expressão no país com o codinome de Marco Regulatório das Comunicações;

Há black blocs a serviço dos senhores dos anéis, afugentando cidadãos honestos que manifestam sua indignação pacífica pelas ruas;

Há corrupção generalizada, licitações fraudadas, institutos que lavam dinheiro, consultores que fazem negócios públicos e notórios, lobistas internacionais da coisa pública; há novos ricos a todo momento, fortunas havidas de pai pra filho, de finórios para organismos estatais, verdadeiras mães brasileiras, de tetas enormes e decaídas;

Há injustiça e diferenças sociais entre os governantes e a população; há até ministros na Esplanda dos Ministérios;

Há chatôs disfarçados de escritórios de representação do governo, fazendo negócios escusos, desviando verbas públicas, gastando à gandaia, comendo, bebendo e fumando o cigarrinho de depois às custas do Tesouro Nacional;

Há um escândalo por dia - de mensalões e mensalinhos a compra, troca e venda de cargos e ministérios; há bombas e balas abafando a voz das ruas;

Há a roubalheira da Copa do Mundo do ano que vem, à espera dos rombos e roubos dos Jogos Olímpicos de 2016;

Há partidos de fachada; um Congresso sob encomenda; uma Câmara escura; um Zé Dirceu vigilante sobre o Supremo Tribunal Federal; há o Zé Sarney e seus emaranhados imunes e impunes;

Há a promiscuidade com a Unasul, versão latina da velha e estúpida Aliança para o Progresso aqui neste Cone Sul do Mundo;

Há as Forças Armadas sob controle, enfraquecidas, sucateadas, quase desmilitarizadas pela sua constituída comandant@-em-chef@;

Há Renan Calheiros presidindo o Senado; Henrique Alves, mandando na Câmara; o cuequeiro Zé Guimarães, liderando o governo; o Congresso na gaveta, o Estado no bolso;

Há Mais Médicos para a plebe ignara e os hospitais padrão Fifa para quem quer, pode e gosta do Sírio-Libanês;

Há um Brasil povoado por duas espécies diferentes de bípedes: as pessoas e os políticos.

O que falta nesta Democracia da Silva para ser tudo aquilo e muito mais que há 20 anos ela apedrejava? Talvez nem falte mais nada; quem sabe até esteja sobrando. Mas a história dos povos e dos seus países conta que a vida é assim: os homens se repetem nos homens.

O que não pode ser de domínio alheio e, muito menos cair na mão dessa pandilha que se alterna no governo e no poder, é a nossa liberdade de pensamento.

E na minha cabeça tenho e ninguém me tira, a ideia muito clara de que aceitar a opressão acaba sempre numa humilhante cumplicidade. Covardia é consentimento.

Sei hoje e há muito tempo que há uma espécie de solidariedade e uma vergonha compartilhada entre um governo que causa tanto mal e o povo que se conforma e se faz tolerante.

Se minha voz não está nas ruas, pelo menos minha palavra está escrita. E ela anda a cavalo. É a melhor maneira que tenho hoje de atropelar aquilo e a quem me impeça de ir em frente.

Afinal dizer o que não me podem impedir de pensar, não me custa mais do que a necessidade de não me entregar a quem tenha toda o poder nas mãos, menos a força de aprisionar meu pensamento.
 
08 de setembro de 2013
sanatório da notícia

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