Se o presidente Barack Obama concretizar o ataque militar à Síria, como está anunciando, terá cometido o maior erro de seu mandato, cujas consequências no mundo terão efeitos imprevisíveis.
Acenderão o estopim de um conflito internacional sumamente arriscado. Dizer que o ataque será uma ação rápida representa uma versão que pode se chocar com a realidade.
A ação na Coreia, em 1950, causou uma guerra que durou três anos na qual morreram 61 mil americanos, cujos nomes estão escritos nas pedras da Praça Lincoln, situada entre o Memorial daquele presidente e a Casa Branca.
As ações no Vietnam, iniciadas em 1962 pelo presidente Kenedy, acabaram se estendendo por dez anos, até os governos Nixon e Gerald Ford. Da mesma forma que na Coréia, 60 mil americanos perderam a vida nos pântanos do sudeste asiático. Não vale a pena nem citar também o ataque ao Iraque.
Para se ter uma ideia da teia das contradições em que o presidente dos EUA está conduzindo o país, basta focalizar a reação da opinião pública. Segundo noticiou o Jornal de William Bonner e Patrícia Poeta, uma pesquisa divulgada pelo Washington Posto revelou que 70% da população americana são contra qualquer forma de ataque. Tal índice vai contribuir para aumentar a resistência do Congresso, a quem Obama recorreu nitidamente buscando dividir a gravíssima responsabilidade dos atos.
O Conselho de Segurança da ONU já manifestou sua oposição frontal. Para tornar mais denso o panorama, matéria de Clóvis Rossi, enviado especial da Folha de São Paulo à Rússia para cobrir a reunião do G-20, revela que o Canal 1 da TV divulgou na noite de quarta-feira, o posicionamento do presidente Putin. Ele anunciou que enviará armamentos ao governo Assad, se Obama desfechar o ataque.
A reportagem de Clóvis Rossi foi publicada na edição da FSP de quinta-feira 5. A indústria de armas está torcendo para a explosão de uma nova guerra. Os lucros serão enormes. Tão grandes quanto o desgaste de Barack Obama nos Estados Unidos e no mundo. O Partido Democrata está dividido. O Partido Republicano será beneficiado nas eleições parlamentares de 2014 como reflexo do erro enorme do presidente da nação.
08 de setembro de 2013
Pedro do Coutto
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