"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 8 de setembro de 2013

DECEPÇÕES DE 7 DE SETEMBRO, O POVO SILENCIOSO, SEM OBJETIVO, LEMBRANDO A TRISTE 'INDEPENDÊNCIA'



Ninguém sabe o que aconteceu. Ansiosamente esperada, longamente convocada, antecipadamente intimidada, desapareceu e não se configurou nem mesmo como multidão. Eram grupos dispersos antes mesmo de se aglutinarem, facilitaram o trabalho dos encarregados de reprimi-los.
Por que o silêncio, a falta de palavra de ordem, a vibração sentida e aplaudida a partir de 6 de junho, quando passou a lugar comum elogiar o povo nas ruas?

Nem povo nem voz, nem bandeiras ou cartazes que identificassem claramente as exigências. Pois se tratava, sem qualquer dúvida, de exigência expressa, denominada, exaltada e obtida.
Entre o 6 de junho e o 7 de setembro, por favor não contem três meses e, sim, uma eternidade. E se três meses de protesto podem ser recuperados, a eternidade é irrecuperável, principalmente em matéria de convicções.

O que todos viram ontem, notadamente no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília: bandos de pessoas, desligadas, desinteressadas e desmotivadas, com gritos em vez de rugidos. E quase todos, nas ruas, perguntando uns aos outros: o que estamos fazendo aqui?

Pareciam turistas da hipocrisia, admirando o próprio silêncio, dissipadas e desligadas as vozes retumbantes e emocionantes, que ressoaram pelo Brasil inteiro.
E não apenas num dia ou numa semana e sim todas as vezes que apareceram nas ruas. E com vozes estridentes, conquistaram a opinião

Ainda ouvíamos a primeira frase de 6 de junho, todos voltados para o Congresso: “Vocês não nos representam”. Lamentável. No final, em Brasília, a TV mostrava um cartaz: “QUEREMOS TRANSPARÊNCIA.
O que significava essa palavra isolada e quase intraduzível? Foi o Sete de Setembro que não existiu, tão lamentável e deplorável quanto a “independência” que pretendiam condenar.

08 de setembro de 2013
Helio Fernandes

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