A crise, que começou há cinco anos com o estouro do Lehman Brothers, não acabou ainda, continua provocando consequências. No centro da crise estavam os Estados Unidos, que agora começam a se recuperar, e a Europa, que ainda está em recessão.
À época, o presidente Lula disse que era uma marolinha, mas na verdade, acabou sendo uma grande onda que bateu em todas as economias, inclusive no Brasil, que estava crescendo a 6% (últimos quatro trimestres até setembro). No ano seguinte, em 2009, teve uma pequena recessão.
Todos sentiram o impacto, mas pela primeira vez, o Brasil não entrou em colapso com uma crise nem pediu empréstimo ao FMI. Em 2010, já estava crescendo forte.
As autoridades monetárias foram muito rápidas. Logo após o Brasil ser informado de que o Lehman Brothers não abriria no dia seguinte, o então presidente do BC, Henrique Meirelles, pegou um avião e foi aos EUA para entender a dimensão do problema. E de lá já tomou decisões, como a liberação do compulsório. As empresas que estavam apostando na queda do dólar sofreram muito. O BNDES, então, entrou salvando essas companhias.
As primeiras reações foram rápidas no sentido de evitar o pior, mas depois houve erro na condução do processo. Uma das ações foi o Tesouro se endividar para emprestar ao BNDES. Essa medida de emergência passou a ser uma política natural. O banco passou a viver de endividamento público e emprestar a juros menores do que os que o Tesouro paga. Virou uma licença para aumentar gasto, criar contabilidades criativas, fazer outras coisas que não ajudam a crise, pelo contrário, fazem com que permaneça entre nós produzindo efeitos por aqui.
Após o alto PIB de 2010, 2011 e 2012 foram anos de baixo crescimento. Em parte pela crise, em parte por decisões erradas que foram tomadas.
09 de setembro de 2013
Miriam Leitão, O Globo
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