"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

A ORGANIZAÇÃO PT NUNCA MUDOU.

É um equívoco considerar que petistas agiram por ignorância do erro.
Desfazendo um equívoco


 Cresce o número dos que se dizem decepcionados com o Partido dos Trabalhadores. As manifestações de rua e as páginas dos jornais o atestam com exuberância.
O PT do Mensalão, da introdução da Venezuela no Mercosul e das capitulações diante de Evo Morales ter-se-ia tornado fisiológico, oportunista, enganador e, ademais, só preocupado com o avanço da esquerda no mundo, pouco ligando para o interesse público.

Uma decepção inteiramente explicável, mas que repousa sobre um equívoco, a respeito do qual queremos tratar aqui.

O equívoco consiste em achar que houve uma mudança no PT. Não, não houve. O PT nunca foi aquele partido idealista, impoluto, voltado para o bem do País, que a propaganda anunciava. Aqui reside o engano.
Explico-me.

Desde sua origem o PT sofre forte influência marxista, que lhe vem tanto da esquerda católica quanto da esquerda leiga que o constituíram.
O PT não é nem nunca foi um partido criado para resolver os problemas da vida presente; pelo contrário, seu objetivo é conformar a sociedade e o Estado segundo os ditames teóricos traçados no século XIX por Marx e seus sequazes.
Suas ideias sobre a pobreza, a luta de classes, as desigualdades, e tantas outras, recendem ao marxismo mais transato.

Coerente com a doutrina marxista existe a moral marxista –– na realidade, a não moral ou imoral –– segundo a qual é bom tudo que ajuda a implantar o socialismo, e mau o que impede ou dificulta sua implantação.
Apropriar-se dos bens públicos será bom se ajudar a socialização, e manter a palavra dada ou desmenti-la se fará na medida em que favorecer a causa. Perseguir alguém ou favorecê-lo independe de seus méritos pessoais, o importante é saber o que convém mais à causa.

Já o teórico comunista V. Kolbanoski escrevia em 1947: “Só é moral a conduta dos homens baseada na grande luta pela libertação da humanidade de todos os jugos e de quaisquer formas de exploração. [...] Durante a transformação socialista da sociedade, realiza-se entre os homens uma renovação do sistema moral. [...] Ensinar a moral comunista é, antes de tudo, educar os homens soviéticos, a juventude soviética em particular, no espírito de uma dedicação sem limites à causa do comunismo e de abnegação ao serviço da pátria socialista” (A Moral Comunista, Problemas - Revista Mensal de Cultura Política nº 17 – Rio de Janeiro, Fevereiro/Março de 1949).

De acordo com essa lógica, para um petista autêntico, nada do que o PT tem feito é imoral. De modo que o PT não mudou. É o mesmo de sempre, desde que foi articulado pela esquerda católica e a esquerda leiga.

Fica a pergunta: os novos impolutos que estão aparecendo no cenário político serão diferentes?

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06 de setembro de 2013
 Gregorio Vivanco Lopes é colaborador da Agência Boa Imprensa (ABIM)

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