"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 10 de novembro de 2020

O QUE O HACKER QUERIA NA INVASÃO AO STJ?




Os órgãos de segurança e inteligência entraram em estágio de alerta total no Brasil. O Conselho Nacional de Justiça e o Ministério da Justiça terão de convocar uma inédita e sofisticada auditoria em proteção de dados para verificar a dimensão real dos danos, depois que um hacker invadiu o sistema e criptografou todos os processos e e-mails do Superior Tribunal de Justiça. O crime ocorreu na terça-feira (4 nov).

Foi o mais grave ataque digital cometido contra um órgão de Estado no Brasil. O invasor conseguiu atingir até os backups dos dados do STJ. Os 33 ministros ficaram sem acesso a suas caixas de mensagens. A grande dúvida é se os bandidos conseguiram alterar algum dado de algum ou vários processos importantes. Não será fácil descobrir se alguma prova foi deletada de processos – quase tudo informatizado.

A Polícia Federal investiga o caso. Por medida de segurança, os julgamentos virtuais e os prazos processuais do STJ foram suspensos até segunda-feira (dia 9 de novembro). 
No Supremo Tribunal Federal não foram detectadas anormalidades no sistema. Os protocolos de segurança foram intensificados.

O Tribunal Superior Eleitoral adotou mesmo procedimento, principalmente na proximidade da eleição municipal de 15 de novembro. O TSE insiste na versão de que o sistema de votação eletrônico brasileiro é seguro, e não há risco de hackers afetarem os resultados das eleições. 
A Velhinha de Taubaté também acredita piamente nisso! A totalização dos votos acontece em rede privada criptografada no TSE, depois de recebidos os dados dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs).

O ataque ao STJ foi digno de filme de Hollywood. O que precisa ser questionado é: com tanto dinheiro disponível para investimento em informática e segurança cibernética, como o STJ dá um mole para hacker. É muita esculhambação! Quadrilhas sofisticadas têm promovido ataques a empresas brasileiras que descuidam da segurança cibernética. Invadem os sistemas, criptografam arquivos e, no fim, cobram um valor para liberar o que foi bloqueado. É um tipo de “seqüestro” dos dados.

A Polícia Federal, a Agência Brasileira de Inteligência e o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República vão ter de mostrar muito serviço, depois do gravíssimo atentado contra a segurança do STJ. O que o hacker queria na invasão à terceira instância judicial? É a pergunta de complexa e difícil resposta...








Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!

10 de novembro de 2020
Jorge Serrão é Editor-chefe do Alerta Total. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário