"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 9 de março de 2019

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA JORGE SERRÃO

O CÍRCULO TECNO-MILITAR NA BERLINDA




Definitivamente, a rede social da Internet não é o espaço ideal para resolver conflitos pessoais, matrimoniais e governamentais. Os colaboradores mais próximos de Jair Bolsonaro deveriam saber disto para não se transformarem em sabotadores da administração federal. Fuxicos, intrigas e vaidades prestam um desserviço à gestão e à governabilidade. È hora de o Presidente proclamar: “Parem com esta viadagem, porra!”...

Uma boa Gestão demanda conteúdo e inteligência. A ação de bem governar exige domínio da razão. O governante não pode ficar refém da mera emoção. Precisa ser humano, porém deve tomar cuidado permanente com o autoengano. É imprescindível uma leitura estratégica da realidade. Deve focar em soluções prévias, antecipando-se a problemas previsíveis. Os surpreendentes demandam criatividade e velocidade certeira de decisão.

Um bom governo depende mais de integração, e o mínimo possível de intriga, conflito e confusão. É fundamental um staff profissional e, de preferência, com vivência no mundo da administração pública. Amadorismo é imperdoável. Assessores simplórios não servem. Puxa-sacos são uma tragédia. Futriqueiros precisam ser mantidos longe. Quem faz elogios fáceis, também. Desagregadores, idem. Vaidosos, neutralizados. Carreiristas, eliminados sumariamente. Traidores vão aparecer no meio do caminho...

Todo governo tem de estar preparado para apanhar da mídia. Este fenômeno faz parte do jogo. Não adianta reclamar. Se a mídia é canalha, o governante não pode ser burro. Seus assessores diretos, menos ainda. O conselho vale, mais ainda, para os militares – doutrinariamente os garantidores da ordem democrática e da liberdade, em harmonia com os indivíduos de bem. Em qualquer País, a suposta democracia é mera concessão do poder armado.

Desde o regime dos Presidentes militares (1964/1985), os ideólogos de esquerda na mídia sempre associaram as Forças Armadas brasileiras ao autoritarismo, ao abuso de poder e aos abusos aos direitos humanos. Muitas vezes, conseguiram transformar os militares em sinônimos de ditadura e tortura. Felizmente, a evolução dos livres debates (e embates) nas redes sociais da Internet permitem o acesso a informações objetivas e verdadeiras que neutralizam e desmentem as mentiras ideológicas.

Insatisfeitos no e com o governo, mas que ajudaram a eleger Jair Messias Bolsonaro e Antônio Hamilton Mourão, partem para as redes sociais para “denunciar” uma quase hegemonia, do que estão chamando de “Círculo Técno-Militar”. Tal segmento exerceria uma influência muito grande, praticamente decisiva, sobre o Presidente Bolsonaro e a maioria de seus ministros. Já há mais de uma centena de militares da ativa, na reserva e até reforma em cargos comissionados da administração direta e nas empresas estatais. A quantidade deve crescer. As “tretas”, também...

Quem lidera o tal “Círculo Técno-Militar”? O Presidente? Seu vice? Algum dos Oficiais Generais no Palácio do Planalto, nos ministérios ou nas estatais? O Ministro da Defesa? Os comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica? Os Clubes militares? A ONU (para quem vários militares no governo cumpriram missões internacionais)?

Até agora, não existe uma resposta concreta. Isto coloca até em dúvida a existência do tal “Círculo” – que só tem ares corporativos na livre opinião dos críticos internos e externos da administração Bolsonaro – um Capitão Reformado e Político Profissional há quase três décadas que emprega os militares em sua gestão por confiar na capacidade institucional e disciplina de trabalho deles.

Sem resposta correta e precisa, ao menos floresce uma constatação. O Governo Bolsonaro está repleto de divisões. Tal fato é normal. Faz parte da realidade de qualquer administração – inclusive no mundo corporativo privado. O que não pode acontecer é que as diferentes divisões, tendências e grupos organizados interfiram, negativamente, no resultado da “obra” a ser executada pelo Presidente.

Por isso, o ex-parlamentar e militar reformado Jair Bolsonaro tem a missão imediata de comprovar sua capacidade de gestão de pessoas. Precisa deixar claro que consegue ter liderança efetiva sobre assessores, incluindo seus filhos. Urgentemente, tem de unificar as diferentes forças no “Condomínio do Poder Federal”. Deve ser um competente Comandante-em-chefe das Forças Armadas, porém, lembrando que, acima de tudo, é Presidente da República.

É evidente um desentrosamento na gestão ministerial. Bolsonaro deve saber que tem muita gente boa – inclusive no tal círculo técno-militar, prontinha para desembarcar do governo. O Presidente não pode deixar que joguem gasolina para apagar o fogo das vaidades, intrigas e invejas entre os variados grupos. O Presidente tem de cobrar os planos de metas – que até agora, em vários ministérios, parecem de araque... Só existem no papel e, ainda assim, formulados sem consistência e competência. Basta de improvisos... Não se governa assim...

01 não pode se iludir... Será fundamental uma depuração dos grupos, porque, senão, a máquina não anda. Bolsonaro terá de dispensar seu pessoal mais ideológico, que vive em um permanente combate nas redes sociais, mas não cuida devidamente da gestão da coisa pública. Não tem outro jeito. O Brasil tem de andar para frente. Atrás? Já estamos...

Se ele realmente existe, a mesma responsabilidade cabe ao tal “Círculo Técno-Militar”. Se o Governo do Bolsonaro e do Mourão falhar, são o Brasil e os brasileiros quem vão se danar... Não há espaço para erros banais e infantis motivados por alguns dos bem conhecidos 7 pecados capitais. Muito cuidado com as ilusões do poder... Tudo é transitório... E os erros são imperdoáveis...

01, por favor, repita o delicado recado 17 vezes:

- “Parem com a viadagem, porra!”...

O Mecanismo do Crime Institucionalizado e suas forças do mal continuam operando a pleno vapor... Te cuida, Bolsonaro! Cuida da comunicação e da gestão das pessoas que o “circundam”...














Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!

09 de março de 2019
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.

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