O presidente Jair Bolsonaro durante café da manhã com jornalistasImagem: Marcos Corrêa/Presidência da República |
O presidente Jair Bolsonaro disse que teve acesso a áudios obtidos por setores de Inteligência que mostrariam interesse da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) em relação ao atentado a faca de que foi vítima em setembro de 2018, durante a campanha eleitoral.
Bolsonaro fez as afirmações durante um café da manhã realizado hoje com 11 jornalistas selecionados pelo Palácio do Planalto. O UOL esteve presente. O presidente não disse que o PCC estaria envolvido no atentado. Mas afirmou que setores de inteligência apontaram que o PCC tinha interesse na ação e que gostariam que Bolsonaro não vencesse as eleições.
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Bolsonaro também disse que não poderia dar mais detalhes sobre o caso.
Em São Paulo, um dos promotores que investiga o PCC, Lincoln Gakyia, não confirmou, nem negou ligação do grupo com o atentado contra Bolsonaro - disse não ter conhecimento dessa informação. A investigação da facção criminosa é realizada por diferentes órgãos estaduais e federais.
Até o momento, investigações da Polícia Federal trabalham com a hipótese de que Adélio Bispo, autor do atentado, tenha agido sozinho.
Bolsonaro disse esperar que novas informações sejam descobertas sobre o esfaqueador com investigações e análises do imposto de renda do suspeito - que poderiam demonstrar se houve financiador do ato.
ESTRATÉGIA
O presidente também afirmou que as autoridades aproveitaram divisões internas do PCC para transferir o alegado líder do grupo, Marcos Herbas Camacho, o Marcola, de um presídio de segurança máxima em Presidente Venceslau (a 611 quilômetros de São Paulo) para um presidio federal no último dia 13.
O presidente e o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno Pereira, disseram que a transferência foi favorecida por não ter havido vazamento de informações.
Bolsonaro disse que a transferência marca um momento de inflexão do domínio do PCC em São Paulo.
EXPERIÊNCIA
Questionado se sentiu medo ao receber a facada, Bolsonaro a comparou a um assalto "com arma na cabeça" que sofreu em 1995 no Rio de Janeiro. Disse que sentiu uma pancada e não percebeu o sangramento porque "foi para dentro".
Bolsonaro disse que receou deixar seus filhos órfãos.
"Tenho muita sorte porque meu atendimento foi excepcional, agradeço a Deus, às orações e aos profissionais de saúde que me operaram", disse.
28 de fevereiro de 2019
Luis Kawaguti
Do UOL, em Brasília
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