"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

QG DE BOLSONARO QUER EVITAR QUE MOURÃO E GUEDES VOLTEM A CAUSAR POLÊMICAS

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Mourão agora só pode falar quando tiver certeza
A cúpula da campanha do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) determinou que seu vice, general Hamilton Mourão, e o responsável pelo programa de governo na área econômica, Paulo Guedes, sejam comedidos em suas declarações em público. Os dois poderão seguir com suas agendas de palestras para grupos fechados, mas foram orientados, com o aval do próprio Bolsonaro, a evitar a imprensa e fugir de temas polêmicos.
Em uma estratégia de contenção de danos após declarações controversas de ambos, a orientação é que o protagonismo volte a Bolsonaro como o único porta-voz da campanha. Internado há 15 dias no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde se recupera de um esfaqueamento, ele seguirá falando aos eleitores por meio de mensagens em suas redes sociais, vídeos ou em transmissão ao vivo pela internet, quando tiver a autorização da equipe médica.
MANCADAS – A determinação é consequência direta de declarações controversas da dupla nesta semana: Mourão afirmou que lares apenas com “mãe e avó” são “fábrica de elementos desajustados”, enquanto Guedes, em uma reunião com um grupo de investidores, teria sugerido criar um imposto nos moldes da CPMF.
Segundo interlocutores do PSL, ruídos como esse podem expor a campanha de Bolsonaro, líder nas pesquisas de intenções de votos, a um risco desnecessário.
Os efeitos da nova ordem já foram sentidos ontem. O general Mourão participou, em São Paulo, de uma palestra para empresários na sede da Abimeq, associação que reúne indústrias de máquinas e equipamentos. Diferentemente de outros eventos, foi conciso e evitou sair do seu roteiro escrito em três folhas de papel. Ao responder perguntas da plateia, também não se alongou em seus comentários.
BLINDAGEM – O militar da reserva, que sempre atende à imprensa, foi blindado pela assessoria do PRTB. Ainda durante o evento, jornalistas foram comunicados que o general Mourão não daria entrevistas. A determinação foi uma decisão do PSL.
Já o economista Paulo Guedes, após receber uma ligação de Bolsonaro, cancelou, alegando “conflito de agenda”, sua participação — também ontem —em um encontro com investidores em São Paulo. Hoje, o economista é esperado em um encontro na Amcham-Brasil.
Os discursos desencontrados forçaram a realização de uma reunião, na última terça-feira, da cúpula da campanha de Jair Bolsonaro.
UNIDADE – Além de discutir os rumos da candidatura nesta reta final, o objetivo era demonstrar unidade entre os principais aliados, entre eles Paulo Guedes, o presidente do PSL, Gustavo Bebianno e os filhos de Bolsonaro. Ali também ficou determinado que general Mourão, que não estava presente no encontro, não representaria Bolsonaro nos debates e sabatinas.
O clima de conciliação com que foi encerrada a reunião durou pouco. No dia seguinte, a cúpula foi acordada com a notícia da “nova CPMF” que obrigou Bolsonaro a fazer uma ligação a Paulo Guedes.
— O comandante é o Jair, todos os outros são soldados — disse o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidenciável.

21 de setembro de 2018
Jussara Soares 
O Globo

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