O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), homologou a delação do marqueteiro Duda Mendonça, assinada com a Polícia Federal. Em seus depoimentos, Duda confirmou que recebeu R$ 6 milhões da Odebrecht via caixa dois para a campanha de Paulo Skaf ao governo de São Paulo em 2014. Presidente licenciado da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Skaf é pré-candidato ao governo paulista na eleição deste ano.
O pagamento está sendo investigado no inquérito da Lava Jato que apura se a Odebrecht pagou de maneira ilícita R$ 10 milhões a campanhas do MDB, valor supostamente acertado com o presidente Michel Temer no Palácio do Jaburu naquele ano.
REDUÇÃO DE PENA – O acordo de delação premiada foi assinado em abril de 2017 com a Polícia Federal, depois que a PGR (Procuradoria-Geral da República) recusou o material apresentado pelo marqueteiro. Desde então, ficou parado no gabinete de Fachin à espera da homologação, para que as informações possam ser usadas em investigações.
Caso as declarações sejam comprovadas, a PF pode representar em favor de Duda para que eventual pena seja reduzida em até dois terços ou mesmo para que o colaborador receba o perdão judicial.
Como Duda Mendonça tem mais de 70 anos e parte dos crimes apontados por ele está perto da prescrição, a negociação com a PF foi vantajosa, apesar de não oferecer garantias.
PROVAS MATERIAIS – Duda deu detalhes sobre como os pagamentos da Odebrecht foram operacionalizados –incluindo datas e locais onde o dinheiro teria sido entregue.
Disse que Skaf o informou, na época, que o acerto havia sido combinado com Temer no jantar do Jaburu. Depois, relatou, a Odebrecht lhe confirmou as informações sobre como o pagamento foi operacionalizado, incluindo datas e locais.
Além da campanha de Skaf, Duda trabalhou nas campanhas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002 e em 2006, e nas vitórias de Dilma Rousseff em 2010 e 2014.
29 de junho de 2018
29 de junho de 2018
Deu em O Tempo
(Folhapress)
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