Até agora, e é cedo ainda, os dois candidatos com mais chances de chegar ao segundo turno são Jair Bolsonaro, 63 anos (PSL), e Ciro Gomes, 60 anos (PDT). Vamos analisar as duas plataformas de governo.
Bolsonaro (63) é de centro-direita, viés liberal, a favor de reduzir o tamanho do Estado atual, tendendo para no futuro um Estado Mínimo, e dos dois principais motores de crescimento sustentado da economia, o investimento e as exportações, dá preferência as exportações, portanto, confia mais no mercado externo.
Ciro Gomes é de centro-esquerda, nacionalista-desenvolvimentista pragmático, a favor de reduzir muito pouco o tamanho do estado atual para um estado médio, e dos dois motores do crescimento sustentado da economia, dá preferência ao investimento, sem descuidar das exportações, portanto, confia mais no mercado interno.
IDEIAS DE BOLSONARO – Tem boas ideias no setor de direitos civis dos cidadãos, como permitir que, sem muita despesa e burocracia, os cidadãos possam ter uma arma de fogo dentro de casa, para defesa da família. É a favor de reduzir os Ministérios a apenas 15 e pretende indicar os principais ministros antes da eleição.
Seu conselheiro Econômico é Paulo Guedes, 68 anos, liberal laissez-faire, monetarista da Escola da Chicago, que será seu Ministro da Fazenda. É contra o uso do Estado como indutor da industrialização. Das 159 empresas estatais é a favor de vender 2/3 ficando só com as estratégicas Petrobras, Eletrobras etc. Mantém a Lei do Teto de Gastos Públicos por 20 anos com análise da situação aos 10 anos. É a favor da reforma da Previdência dialogada, começando pelo regime do funcionalismo público e idades mínimas 65/60 anos.
Confia em reduzir o déficit fiscal e criar superávit primário com o crescimento econômico, apenas “rodando a economia”. Quanto a Reforma Tributária, é a favor de ir reduzindo aos poucos os impostos mantendo a mesma proporção dos ricos, classe média e pobres, não alteraria atual taxação da renda e do consumo. É a favor da autonomia do Banco Central.
IDEIAS DE CIRO GOMES – Embora advogado e conmhecedor de Economia, ex-prefeito, ex-governador e ex-ministro várias vezes, tem como interlocutor o economista José Luis Oreiro, 55 anos, desenvolvimentista-industrializante, e simpatias com as ideias dos economistas nacionalistas Delfim Netto e Bresser-Perreira.
Junto com o ex-ministro Mangbeira Unger, é corretamente a favor do uso inteligente do Estado para induzir a industrialização. Das 159 empresas estatais, é a favor de vender 1/5 das não estratégicas. Defende a revisão da política de venda dos campos petrolíferos do Pré-Sal. É a favor de uma taxa de câmbio menos defasada +- US$ 1 = R$ 4, para ajudar a indústria e a agricultura. Defende a Lei do Teto de Gastos e uma reforma da Previdência dialogada.
TRIBUTAR A RENDA – Quanto à Reforma Tributária, é a favor de taxar mais os ricos, ou seja, tributar mais a renda e menos o consumo.
É a favor da autonomia do Banco Central, que deveria, ao fixar a taxa básica de juros Selic, levar em conta o combate a inflação e o desemprego.
Bem, com exceção da Reforma Tributária, tenho até agora, mais simpatia na parte econômica, com as ideias do candidato Ciro Gomes. Na parte de direitos civis, porém, tenho mais simpatia com as ideias do candidato Jair Bolsonaro.
15 de maio de 2018
Flávio José Bortolotto
NOTA AO PÉ DO TEXTO
Demasiadamente simplista a análise, sem outras considerações que evidenciem o comportamento político de ambos os candidatos.
Esses rótulos desgastados de centro-direita, centro esquerda, como se fossem verdadeiros, já começam a soar como manipulação da opinião pública.
Há um esforço evidente na mídia, em confundir o eleitor, já por si bastante confuso, quanto a candidatura de Bolsonaro.
Estabelecer diferenças, ainda que fosse possível com dados tão resumidos, é tentar compreender as diferenças entre um vaso de porcelana e uma banana madura.
Não há diferenças entre esses dois candidatos, posto que não há qualquer semelhança entre eles...
m.americo
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