"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 15 de maio de 2018

GOVERNO TEMER FAZ O SEGUNDO ANIVERSÁRIO COMO O MAIS IMPOPULAR DESDE COLLOR

temer
Michel Temer vive um inferno astral permanente
“O povo precisa colaborar e aplaudir as medidas que venhamos a tomar”- disse Michel Temer no discurso de 12 de maio de 2016. E no sábado (dia 12), completaram-se dois anos de uma gestão que, na média, é a mais impopular desde pelo menos o fim da ditadura militar. Compilação das mais de 200 pesquisas de avaliação de governo feitas pelo Datafolha nas últimas três décadas mostra que a média do atual presidente da República nesses 24 meses é pior até mesmo do que a dos antecessores que sofreram impeachment, Dilma Rousseff e Fernando Collor.
No índice usado pelo instituto para calcular o desempenho popular das gestões, que vai de zero a 200, Temer marca apenas 25 até agora.
ANTES, O OTIMISMO – No discurso inaugural, em que deu posse a seus ministros, o tom era de otimismo. “Minha primeira palavra ao povo brasileiro é a palavra ‘confiança’”.
Nos meses seguintes, Temer conseguiu aprovar no Congresso Nacional medidas como o congelamento dos gastos federais, a reformulação do modelo de exploração do petróleo e uma reforma trabalhista que atendeu a demandas históricas do setor empresarial.
O empresariado e bancadas que defendem posições conservadoras, como a ruralista, a da “bala” e a religiosa, ou tiveram avanços significativos ou conseguiram congelar bandeiras de grupos antagônicos. O mês de maio de 2017 foi capital para Temer após a revelação dos diálogos que travou com o empresário Joesley Batista no Palácio do Jaburu. Na ocasião, chegou a avaliar a renúncia ao cargo.
REJEIÇÃO POPULAR – As oito pesquisas nacionais de avaliação do governo feitas pelo Datafolha mostram um crescimento contínuo de sua impopularidade desde o início da gestão. Largou com 31% de rejeição e chegou a 61% com um ano de governo. Após o escândalo da JBS, o contingente de pessoas que consideram seu governo “ruim ou péssimo” superou os 70%, marca que permanece até hoje.
Nesse período, o governo federal lançou mão de medidas que, na análise de palacianos, seriam capazes de alterar esse quadro – como a liberação do saque de contas inativas do FGTS e a intervenção na segurança pública do Rio de Janeiro –, mas nenhuma deu certo até agora.
“Mais do que fatos de grande repercussão, como os desdobramentos da Lava Jato e a gravação da conversa com Joesley Batista, a impopularidade recorde de Michel Temer é explicada pela soma de temores que sua gestão despertou nos brasileiros”, explica o diretor de Pesquisas do Datafolha, Alessandro Janoni.

15 de maio de 2018
Deu em O Tempo

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