"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 16 de abril de 2018

SEM LULA, CRESCEM MARINA, CIRO E JOAQUIM BARBOSA CONTRA BOLSONARO

Resultado de imagem para pesquisa datafolha 15/04/2018
Pesquisa do Datafolha publicada ontem pela Folha de São Paulo, reportagem de Ricardo Baltazar, revela que sem a candidatura de Lula crescem a de Marina Silva, Ciro Gomes e Joaquim Barbosa, enquanto Jair Bolsonaro mantém-se na dianteira com 17% das intenções de voto. Marina é a que mais se aproxima dele, registrando 15 pontos. Ciro Gomes e Joaquim Barbosa empatam com 9% cada um. O Datafolha apresentou diversos cenários, principalmente com Lula e sem Lula no páreo.
Mas, a meu ver, a alternativa de maior substância é a que exclui o ex-presidente, uma vez ter sido ele declarado inelegível pela Justiça Federal.
TRANSFERÊNCIA – O Datafolha assinala que, se candidato fosse, Luiz Inácio da Silva estaria na escala de 31% e que teria o poder de transferir 30% de seus eleitores para outra candidatura. Porém, não é bem assim. Se transferir para Fernando Haddad ou Jaques Wagner, proporcionará a um deles pelo menos dez pontos somente na corrida para as urnas de outubro. Portanto, dentre os candidatos mais viáveis, com ou sem o apoio de Lula destacam-se Marina Silva, Ciro Gomes e Joaquim Barbosa. Isso porque os demais estão muito fracos em matéria de perspectiva de voto.
O ex-governador Geraldo Alckmin, por exemplo, é o candidato de uma faixa que oscila entre 7 e 8%. Muito fraca pontuação. Afinal, o ex-governador de São Paulo situa-se muito abaixo de Marina e um pouco abaixo de Ciro Gomes e Joaquim Barbosa. Desempenho muito frágil para um governador que foi eleito em 2010 e reeleito no primeiro turno em 2014. A mim parece que sua candidatura não entusiasmou as bases do PSDB, seu próprio partido, ou então a legenda sofreu um desgaste muito grande com o episódio da gravação da conversa entre Aécio Neves e Joesley Batista.
MARINA EM ALTA?– Hoje, projetando-se o presente para o futuro próximo, Marina Silva é a que se encontra mais próxima de Bolsonaro, uma vez que o percentual a ela atribuído varia entre 15 e 16%, tecnicamente empatada com Bolsonaro. O Datafolha revela também que a percentagem de Bolsonaro permanece inalterada em todas as variações da pesquisa. Ele mantém-se no 17º andar.
Os dois têm chances de chegar no segundo turno de outubro. Esta é uma perspectiva. Mas pode haver surpresas. Um outro aspecto do levantamento é o de que não existe perspectiva alguma de êxito nas urnas para Michel Temer, Meirelles, Fernando Collor e o empresário Flávio Rocha, controlador da rede de lojas Riachuelo. Os percentuais de todos eles variam de 1 a 2 pontos. O ex-presidente do BNDES, Paulo Rabelo de Castro varia de 0 a 1%.
SALVA-SE ALVARO DIAS – Entre os que obtiveram percentuais mais baixos, salva-se o Senador Álvaro Dias com 5% das intenções de voto. A Deputada Manuela D’Avila encontra-se parada entre o 1º e 2º andar. 
O quadro básico das eleições, nesta fase, está traçado. Bolsonaro representa a extrema direita e como tal, enfrentaria em desvantagem qualquer um dos principais nomes. Entre Marina, Ciro e Barbosa, quem possui maiores possibilidades de projetar sua candidatura e disputar a presidência da República com o deputado Jair Bolsonaro? Esta, como disse o poeta, para mim, é a questão essencial.
Um dado importante da pesquisa – neste caso reportagem de José Marques – é quanto a capacidade de Lula, Fernando Henrique Cardoso e Michel Temer transferirem em votos aos candidatos que vierem a apoiar. Isso se vierem apoiar alguém, claro.
LULA, FHC E TEMER – Lula, como vimos, transfere 30% de seu potencial político. Mas em compensação, 52% não votariam no candidato indicado por ele, Fernando Henrique Cardoso transferiria 10%, mas sua preferência seria rejeitada por 66% do eleitorado.
Finalmente Michel Temer transfere 3% mas acarreta uma reação contrária também da ordem de 66 pontos, índice igual ao da rejeição de FHC.
Vamos aguardar o desempenho de cada um e a capacidade que tiverem de entusiasmar os eleitores. Quanto aos votos nulos e brancos  o panorama não é dos piores: apenas 19% estão dispostos a não votarem em ninguém.

16 de abril de 2018
Pedro do Coutto


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