Morreu na noite desta segunda-feira (16) o economista Paul Singer, um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT). Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês desde a última madrugada. Professor de Economia da USP e da PUC-SP, foi um dos maiores símbolos da esquerda no Brasil, o austríaco fez parte do grupo que fundou o PT na década de 80. Filho de judeus, ele chegou no Brasil ainda criança, aos 8 anos, fugindo do nazismo.
Além da carreira acadêmica e dos vários livros publicados, Singer também fez carreira política. Ele foi secretário de Planejamento de São Paulo, na gestão da prefeita Luiza Erundina, em 1989. No governo Lula, esteve à frente da Secretaria Nacional de Economia Solidária. Viúvo, Singer deixa três filhos.
###
PAUL SINGER E SUA RELAÇÃO COM O PTJosé Henrique P. e Silva (artigo escrito em 23 de abril de 2012)
PAUL SINGER E SUA RELAÇÃO COM O PTJosé Henrique P. e Silva (artigo escrito em 23 de abril de 2012)
O professor Paul Singer esteve hoje no Roda Viva (TV Cultura). Sem dúvida, é um dos principais intelectuais brasileiros e tem se dedicado intensamente à questão da economia solidária, que define como uma alternativa ao capitalismo. A entrevista só consolidou a imagem que possuo do prof. Singer: um intelectual crítico e humanista.
Singer não esconde de ninguém sua “decepção” com o PT, que ajudou a fundar. Para ele, o crescimento do PT, inevitável, o transformou numa máquina eleitoral e lhe tirou a utopia, tão necessária ás verdadeiras mudanças. Hoje, o partido precisaria de uma oposição (de esquerda) que lhe tirasse da posição cômoda.
O debate contou com participações expressivas como Maria Victória Benevides e Ricardo Antunes. O jornalista Marcelo Parada tocou em uma questão que me interessa especialmente: qual a visão do mundo política que estes setores emergentes trazem consigo? Trata-se de setores que vai endossar uma visão crítica da política ou vão se render ao consumismo? Infelizmente o tema não foi aprofundado.
Fica o respeito pelo professor… um humanista e um educador de primeira linha, que fez sua opção partidária, mas nunca perdeu sua autonomia intelectual. Certamente, um exemplo.
Deu em O Tempo
Nenhum comentário:
Postar um comentário