"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

ALEXANDRE DE MORAES SERÁ O RELATOR DE NOVO INQUÉRITO CONTRA GEDDEL NO SUPREMO


Família de Geddel também é investigada
Depois do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizar, em dezembro, novo inquérito para investigar o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), por crime de peculato, foi definido nesta terça-feira , dia 2, que o relator do caso será o ministro do Supremo Alexandre de Moraes. Também são investigados nesse inquérito o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB), o diretor legislativo da Câmara Afrísio Vieira Lima Filho, e a mãe deles, Marluce Vieira Lima.
O pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) por um novo inquérito – além do que já investiga o caso do ‘bunker’ com R$51 milhões apreendidos em Salvador – surgiu após o ex-assessor parlamentar Job Brandão entregar ao STF, em novembro, cópias dos extratos de sua conta bancária que, segundo ele, confirmam a devolução de cerca de 80% do seu salário para a família Vieira Lima. Em petição assinada por seu advogado Marcelo Ferreira, Brandão anexou extratos da movimentação financeira de sua conta no período entre janeiro de 2012 e novembro de 2017.
Pelo caso não ter relação direta com os crimes investigados no âmbito do inquérito do ‘bunker’, Fachin havia pedido que a nova investigação fosse atribuída a outro ministro do Supremo. A redistribuição foi autorizada pela presidente da Corte, Cármen Lúcia, em 20 de dezembro, primeiro dia de recesso do STF. Nesta terça-feira, o ministro Alexandre de Moraes foi sorteado para relatar o inquérito.
DESVIO –  Em depoimento à Polícia Federal, Job já havia revelado a devolução dos valores à mãe de Geddel, Marluce Vieira Lima. Após a revelação, o ex-assessor prometeu entregar as provas dos repasses. Com a entrega dos recibos e dos extratos, o advogado Marcelo Ferreira pretende conseguir os benefícios de uma colaboração premiada e alcançar o perdão judicial para seu cliente.
Agora em liberdade determinada por Fachin, Job havia sido preso no dia 16 de outubro no âmbito das investigações sobre os R$ 51 milhões. Após pagamento de fiança de dez salários mínimos, ele recebeu uma tornozeleira e estava em prisão domiciliar, que foi revogada no final de novembro.  No fim de 2017, o advogado de Brandão havia afirmado que seu cliente é uma vítima da família Vieira Lima.
De acordo com o advogado, a família de Geddel “exigia” a devolução de 70 a 80% do salário. “Tive a oportunidade de visitá-lo e pude constatar a simplicidade de sua casa e a real condição financeira, totalmente incompatível com o salário de um secretário parlamentar”, disse o advogado na ocasião. Os recibos mostram que nos dias subsequentes ao recebimento do salário da Câmara dos Deputados eram realizados vários saques na conta bancária de Job.
SAQUES DIÁRIOS – Por exemplo, no dia 21 de março de 2012 a conta recebe o crédito de R$ 7 mil. Nos dias 22, 23, 26, 27, 28 e 29 são registrados, segundo o extrato anexado à petição, saques diários no valor de R$ 1 mil. Por fim, no dia 30 do mesmo mês, outros R$ 990 são sacados. Para o advogado Marcelo Ferreira, essa dinâmica de saques em espécie confirma que o ex-assessor “sempre devolveu a maior parte de seu salário à família Vieira Lima”. (Amanda Pupo e Fabio Serapião)

05 de janeiro de 2018
Deu no Estadão

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