"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 17 de dezembro de 2017

GILMAR MENDES FATUROU R$ 7,5 MILHÕES EM "PATROCÍNIOS" DA JBS DE JOESLEY BATISTA


Joesley e Gilmar chegam ao IDP, em abril deste ano
O ministro Gilmar Mendes, há quinze anos no Supremo Tribunal Federal (STF), é um homem de posses muito além de seu salário de 33 700 reais. Uma de suas principais fontes de renda é o Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), do qual é sócio junto com seu filho Francisco Schertel Mendes, de 34 anos. O IDP, além de uma fonte de receita, passou a ser uma fonte de dor de cabeça para o ministro, depois que veio a público o caso da JBS e das traficâncias dos irmãos Joesley e Wesley Batista.
Isso porque, nos últimos dois anos, Gilmar e Joesley mantiveram uma parceria comercial e uma convivência amigável, a ponto de se visitarem em Brasília e São Paulo, trocarem favores, compartilharem certezas e incertezas jurídicas e tocarem projetos comuns.
NA CONTA DE GILMAR – De 2016 a junho deste ano, a JBS transferiu 2,1 milhões de reais para o IDP em patrocínios que nem sempre foram públicos. Os valores de patrocínios de empresas iam parar, por vezes, na conta pessoal de Gilmar Mendes. É o que revela uma das mensagens obtidas por VEJA, que na edição desta semana traz mais detalhes sobre a relação entre o juiz e o empresário.
Em entrevista na reportagem, o ministro Gilmar Mendes disse que Joesley Batista quis conhecê­-lo após um pedido de patrocínio ao seu instituto. Ele admite ter encontrado o empresário algumas vezes, mas garante que a relação nunca ultrapassou os limites éticos.
R$ 7,5 MILHÕES – O acordo da JBS para patrocinar o Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), do ministro Gilmar Mendes – foram 7,5 milhões de reais entre 2008 e 2016 –, foi tratado por Francisco de Assis e Silva, advogado e diretor jurídico do grupo comandado pelos irmãos Joesley e Wesley Batista.
Uma companhia do porte da JBS tem dezenas de especialistas em marketing e conta com as maiores agências de publicidade para oferecer consultoria. O patrocínio ao IDP, porém, foi tratado por Assis, e, sabe-se lá por quais razões, o assunto era considerado “confidencial”.
Veja teve acesso a e-mails e documentos que revelam detalhes das tratativas para o contrato e as circunstâncias que levaram ao rompimento. O contrato com a JBS foi assinado em 2015. Em mensagem de novembro daquele ano, Francisco de Assis recomenda ao seu departamento financeiro que “trate confidencialmente dos valores” acertados com o IDP. Os repasses, Veja apurou, nunca seguiram uma ordem cronológica e, embora tivessem os eventos do IDP como destino, nem sempre chegavam conforme o combinado.
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UM JUIZ QUE É EMPRESÁRIO
Augusto Nunes
O empresário Gilmar banca a vida mansa do ministro Gilmar, porque o Juiz dos Juízes ganha quase R$ 1 milhão por ano como sócio de um filho no Instituto Brasiliense de Direito Público
Pode um ministro do Supremo Tribunal Federal ser também o dono de uma entidade educacional que lhe rende anualmente quase 1 milhão de reais por ano? A ética, a lógica e a sensatez gritam que não. Gilmar Mendes, sempre ele, acha que sim.
Sócio de um filho no comando do Instituto Brasiliense de Direito Público, como informa a edição de Veja que acaba de chegar às bancas, Gilmar explicou com a placidez dos inocentes perpétuos essa duplicidade de funções: “Eu era professor antes de ser ministro”.
Ele também era bacharel em Direito antes de ser ministro. Deve ser por isso que age no Supremo como se fosse advogado de defesa dos culpados de estimação.

17 de dezembro de 2017
Rodrigo Rangel e Daniel Pereira
Veja

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