"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

SEM O PROTAGONISMO DOS EUA, O MUNDO CERTAMENTE VAI CAMINHAR MUITO MELHOR

Charge do Amorim (amorimcartoons,combr)


Existe alguma razão especial para se lamentar a flagrante perda de protagonismo dos Estados Unidos? A humanidade viveu milhares de anos sem a “proteção” norte-americana e não há razão para que não possa viver sem ela. O governo americano nunca teve o monopólio da virtude, e muitas de suas intervenções no mundo, mesmo quando tiveram a melhor da intenções, causaram muito mais mal que bem.

Em 1917, por exemplo, o presidente Woodrow Wilson pressionou pela queda do Czar, porque não queria entrar na I Guerra Mundial ao lado de um déspota, e apoiou Kerenski, o suposto grande líder popular democrata que foi incapaz de impedir a Rússia de mergulhar num caos político que levou os bolcheviques ao poder.

E O NAZISMO? – Em 1918, Wilson exigiu a deposição do Kaiser e fez a Alemanha cair numa instabilidade política e econômica que levou ao nazismo. Em 1945, os EUA fizeram acordo com a União soviética e dividiram a Coréia. Em 1954, a CIA apoiou um golpe contra o presidente guatemalteco Jacobo Arbenz, e a Guatemala acabou banhada em sangue por décadas. Em 1963, a CIA depôs e matou o ditador Ngô Đình Diệm, do Vietnam do Sul, e o resultado foi a vitória do comunismo do Vietnam do Norte.

Para derrotar o governo comunista do Afeganistão, os americanos apoiaram fanáticos islâmicos que se tornaram o Talibã. Mais recentemente, as intervenções humanistas dos Estados Unidos destruíram a Líbia de Kadafi, que por um breve tempo chegou a ser considerada um estado-modelo pela grande mídia. 
A revista Veja chegou a elogiar a ‘tecnocracia formada em universidades européias’ que governava o pais, depois da reconciliação do país com o ocidente, mas os EUA destruíram tudo. Mais recentemente, os americanos entregaram a Ucrânia a nazistas e mafiosos.

NÃO É LAMENTÁVEL – Diante de tudo disso, há que se lamentar alguma perda relativa de poder americano no mundo? Isso na verdade seria positivo até para o povo americano, que está cansado de bancar guerras estúpidas mundo afora.

Se dependesse dos governos norte-americanos, a Síria provavelmente hoje seria governada pelo Estado Islâmico/Daesh, e os sírios que não aceitassem isso, que migrassem para a Europa.


27 de novembro de 2017
Pedro Meira

NOTA AO PÉ DO TEXTO

Uma afirmação no mínimo equivocada. Evidente que a humanidade viveu milhares de anos sem o protagonismo americano, até porque os EUA é uma potência recente. Mas sempre houve protagonistas no exercício do poder relativo, também causadores de grandes infortúnios.
A humanidade nunca conheceu a independência,  sem que algum poder hegemônico controlasse reinos e países relevantes, sem que a história também registrasse crimes e destruição.
Analisar os grandes desastres políticos apenas focando a atuação dos EUA, como se não houvesse outras grandes tragédias desencadeadas pela Rússia e pela China, por exemplo, é ser parcial e estreitar o campo da belicosidade que sempre esteve presente na história da humanidade.
Resta saber, e o texto não informa, de quem será o protagonismo nos negócios e no poder? A China??
A Rússia???
E qual deles tem identificação com a cultura ocidental? 
A questão é relevante, pois não se trata de aplaudir a saída dos EUA, sempre demonizado pelos interesses ocultos na incessante guerra econômica e de dominação geopolítica.
Até que ponto a lacuna que se abre não poderá ser ocupada e representar uma nova ordem de destruição e tragédias?
m.americo

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