O que se percebe, nas ruas, é o crescimento da aceitação da candidatura de Jair Bolsonaro, devido à enorme decepção causada pela classe política. Mas na hora da verdade, quando se iniciar o horário eleitoral, surgirão muitos obstáculos à sua passagem ao segundo turno, devido às declarações verdadeiramente idiotas que vêm marcando sua longa e esvaziada carreira política, que só registra um projeto verdadeiramente importante e necessário – o voto impresso.
Bolsonaro surgiu na vida pública de forma radical, ao quebrar a hierarquia militar e publicar um artigo na Veja denunciando a baixa remuneração dos militares. Era capitão paraquedista e chegou a se envolver na preparação de um atentado a bomba contra o governo civil. Ganhou fama, colocou mulher e filhos na política, todos eleitos. Como dizia Vinicius de Moraes, que maravilha viver.
REJEIÇÃO – Com esse currículo, Bolsonaro sempre teve reeleição tranquila, os militares votavam nele, apesar das restrições feitas pelos oficiais superiores, que jamais o consideraram representante das Forças Armadas. E nem poderiam considerá-lo, porque ele costuma adotar posições radicais, que o oficialato hoje rejeita, como a defesa da tortura, a ridicularização dos gays e assemelhados, o desprezo aos negros e às mulheres etc. Chegou a afirmar, num evento no Clube Hebraica, no Rio, que só tinha filhos, mas de repente deu uma “fraquejada” e veio uma filha. Pode ter dito isso como piada, mas foi de muito mau gosto e denota preconceito.
Suas declarações formam um festival de impropriedades, e serão relembradas no horário gratuito da campanha eleitoral. Mesmo assim, o capitão/deputado é forte candidato à Presidência e suas chances não podem ser desprezadas, especialmente se o petista Lula tiver a candidatura confirmada. Neste caso, Bolsonaro deverá ser favorecido pela pulverização dos votos, devido ao grande número de concorrentes, e pode ir ao segundo turno.
COM OU SEM LULA? – Na situação atual, tudo está no ar, devido à indefinição sobre a candidatura de Lula, que depende de julgamento no Tribunal Regional Federal. São três votos. Se um deles foi a favor de Lula, abre-se a possibilidade de apresentação de Embargos Infringentes, haverá novo julgamento, a decisão vai atrasar e a candidatura de Lula já será um fato consumado, uma confusão dos diabos, já comentamos aqui na “Tribuna da Internet”. mas se Lula for condenado por unanimidade, estará fora da eleição e o quadro muda totalmente.
Sem Lula e com as candidaturas de João Doria e Luciano Huck, a divisão de votos pode levar Bolsonaro ao segundo turno, sobretudo se conseguir apoio evangélico. Mas contra quem?
Ninguém sabe. Vai depender de muitos fatores, porque o PT pode disputar com candidato próprio ou apoiar outro partido, a escolher entre o PDT, com Ciro Gomes, o PSOL, com Guilherme Boulos, ou até a Rede, com Marina Silva, porque em política tudo é possível.
OUTROS CANDIDATOS – No meio dessa confusão, é claro que não podem ser desprezados os outros candidatos, como Geraldo Alckmin (PSDB), Álvaro Dias (Pode), João Dória (DEM?), Luciano Huck (PPS?, Novo?), Ronaldo Caiado (PP) e Henrique Meirelles (PSD). Qualquer um deles pode crescer, depende da campanha.
Aliás, como dizia Ortega Y Gasset, tudo poderá ser decidido pelas circunstâncias, que não dependem dos eleitores. No caso, a bola está com o Tribunal Regional Federal que vai julgar Lula. Somente depois dessa decisão é que o jogo realmente vai começar para valer.
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P.S. – Já ia esquecendo. Há também, é claro, a possibilidade de Temer se lançar candidato, no desespero pela manutenção do foro privilegiado. O motivo é simples – não existe governante que não sonhe com a reeleição, especialmente quando precisa evitar ir a julgamento diante de um juiz chamado Sérgio Moro. Aliás, o marqueteiro presidencial Elisinho Mouco já tem sala e equipe no quarto andar do Palácio do Planalto, para preparar a campanha, pagos pela agência Isobar, que tem um contrato de R$ 44 milhões com o governo desde 2015. Ou seja, o marqueteiro de Temer sua equipe são remunerados com recursos públicos. (C.N.)
P.S. – Já ia esquecendo. Há também, é claro, a possibilidade de Temer se lançar candidato, no desespero pela manutenção do foro privilegiado. O motivo é simples – não existe governante que não sonhe com a reeleição, especialmente quando precisa evitar ir a julgamento diante de um juiz chamado Sérgio Moro. Aliás, o marqueteiro presidencial Elisinho Mouco já tem sala e equipe no quarto andar do Palácio do Planalto, para preparar a campanha, pagos pela agência Isobar, que tem um contrato de R$ 44 milhões com o governo desde 2015. Ou seja, o marqueteiro de Temer sua equipe são remunerados com recursos públicos. (C.N.)
06 de novembro de 2017
Carlos Newton
Vcs acham que eleição vai resolver alguns dos problemas do Brasil, pode esquecer
ResponderExcluirOs bandidos estão no poder e Bolsonaro esta sendo usado pela classe politica bandidida
Ja era