A Polícia Federal cumpre um mandado de busca e apreensão no Rio e quatro em São Paulo, manhã desta segunda-feira (dia 11). No Rio, as buscas são realizadas na casa do ex-procurador Marcello Miller, envolvido na polêmica que levou à suspensão do acordo de delação da JBS, e à prisão do empresário Joesley Batista e do executivo Ricardo Saud. A PF também realiza buscas na casa de Joesley e de Saud, além da sede da empresa e da casa do delator Francisco Assis e Silva, executivo da JBS —todos os endereços são em São Paulo. As autoridades buscam, desta forma, encontrar documentos e áudios que ainda não foram entregues aos investigadores.
Os pedidos foram feitos pela PGR (Procuradoria-Geral da República) e autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin. A procuradora Janice Ascari, que trabalha com Janot também está acompanhando a ação. Segundo envolvidos no caso, ela também estava presente na PF quando os dois executivos se entregaram no domingo (8).
TRANSFERÊNCIA – O advogado Antônio Carlos Almeida Castro, o Kakay, afirmou que “as buscas eram esperadas” e que na manhã desta segunda Joesley e Saud serão transferidos para Brasília. E acrescentou que, se forem chamados a falar sobre a gravação que os levou a prisão, irão se manifestar.
Joesley já tem um depoimento marcado no âmbito da operação Bullish, que investiga fraudes do BNDES envolvendo a JBS. Caso a oitiva se mantenha, o empresário deve ficar em silêncio.
A operação desta segunda era para ter acontecido junto com a prisão de Joesley e Saud. Houve um problema, no entanto, com os endereços enviados das residências de ambos para a busca e apreensão. A polícia devolveu o pedido para a PGR para que novas direções fossem dadas. Com isso, deu tempo de a defesa dos dois delatores se antecipar e comunicar que eles se entregariam.
PRISÕES – Na última sexta-feira (8), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, havia enviado ao STF um pedido de prisão dos delatores da JBS Joesley Batista e Ricardo Saud e também do ex-procurador Miller. O ministro Edson Fachin acatou o pedido de prisão dos delatores, mas não aprovou a detenção do ex-procurador.
Em nota divulgada neste domingo, Miller repudia o que chama de “conteúdo fantasioso e ofensivo” das menções ao seu nome nas gravações divulgadas na imprensa e diz que “jamais fez jogo duplo ou agiu contra a lei”. Diz ainda que “nunca obstruiu investigações de qualquer espécie, nem alegou ou sugeriu poder influenciar qualquer membro do MPF”.
Ele afirma que ‘não tinha contato algum” com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, nem atuação na Operação Lava Jato desde, pelo menos, outubro de 2016.
12 de setembro de 2017
Bela Megale, Camila Mattoso, Leticia Casado e Mônica Bergamo
Folha
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