"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

PALOCCI DETONA LULA E A EXPLOSÃO VOLTA A FORTALECER O PROCURADOR RODRIGO JANOT

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Em uma só tacada, Palocci incriminou Lula e Dilma
O depoimento claro e absolutamente direto do ex-ministro Antonio Palocci ao juiz Sérgio Moro foi a bomba que explodiu a defesa do ex-presidente Lula e trouxe, por reflexo, um novo fortalecimento do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, demonstrando que as denúncias formuladas encontram plena confirmação na realidade dos fatos. Principalmente no ponto em que o ex-ministro da Fazenda de Lula e ex-ministro chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff confirma a celebração de um pacto entre Luiz Inácio Lula da Silva e a empresa, fechando um acordo entre ambos que inclui a propina de 300 milhões de reais para obtenção de superfaturamentos em contratos com a Petrobrás e outras obras.
O depoimento de Antonio Palocci detona também a ex-presidente Dilma Rousseff como conhecedora do pacto e recebedora de doações eleitorais disfarçadas na campanha da sua própria sucessão em 2014. O valor de 300 milhões de reais assusta, é claro, pelo seu volume, porém está plenamente confirmado pelo empresário Emílio Odebrecht, controlador da empreiteira e pai de Marcelo Odebrecht, que se encontra preso há dois anos em Curitiba.
CRISE MORAL – Reportagens de Chico Prado, Demétrius Dantas, Gustavo Scimit, Sérgio Roxo e Carolina Brígido, em O Globo desta quinta-feira, focalizam com total nitidez o relato desse episódio que agravou a crise moral do poder. Além desta matéria, acrescente-se a de Andre de Souza e Jailton de Carvalho, na mesma edição do jornal, reproduzindo o reflexo da explosão no Supremo Tribunal Federal.
Neste ponto é que transparece o apoio da ministra Carmen Lúcia, presidente do STF, e dos ministros Celso de Mello, Luiz Fux e Marco Aurélio Mello à atuação de Rodrigo Janot, cujo refortalecimento colide com o que o presidente Michel Temer poderia esperar no incidente envolvendo Joesley Batista e Ricardo Saud no capítulo da delação premiada.
STF A FAVOR DA LEI – Por que o posicionamento de integrantes do Supremo não foi do agrado do Planalto? Ora, porque os ministros citados mostraram-se favoráveis à validação das provas que os irmãos Batista apresentaram, separando-as da posição pessoal dos colaboradores em busca de uma liberdade que, ao que tudo indica, vai durar muito pouco. Ficou claro, aliás, que as fitas de quatro horas de duração vão transportar seus autores para um regime de prisão, como sustentou o ministro Luiz Fux.
É preciso considerar também que o atual capítulo da operação Lava-Jato apresenta também um personagem de grande importância na sequência criminal: o milionário Geddel Vieira Lima, o homem que guardava em casa, 51 milhões de reais, cuja origem ele terá que explicar. Malas cheias de notas de 100 e 50 reais, além de dólares. As malas revelam ser o meio de transporte adotado por ladrões, visando lucrar com isso. Uma ponte entre a lei e o crime. Nesse panorama visto da ponte – para citar a peça de Arthur Miller – situa-se também a mala noturna de Rocha Loures, que igualmente deverá traduzir o destino da encomenda.
NOVA TEMPESTADE – Fatos novos, portanto, iluminam a nova etapa da tempestade que se desenvolve no país, confirmando o dinamismo sequente próprio da área política e do processo dos que percorrem caminhos sinuosos e sombrios em busca do dinheiro e do poder. O dinheiro, nesse caso, trata-se de um instrumento de comunicação entre os que querem servir e os que se servem da corrupção.
Eterna verdade, infelizmente exponenciada ao máximo pelos ladrões de Brasília e das empreitadas escusas no campo da vida. Principalmente em torno do Planalto e da Esplanada que Niemeyer projetou em Brasília.

08 de setembro de 2017
Pedro do Coutto

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