"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

PARA ESPECIALISTAS, A POPULAÇÃO NÃO FOI PARA AS RUAS PORQUE ESTÁ DESCRENTE

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Charge sem autoria (Arquivo Google)
Especialistas atribuem a falta de manifestações de rua em relação à votação da denúncia contra o presidente Michel Temer, nesta quarta-feira, à descrença da população com a classe política, à falta de interesse real da oposição em afastar o peemedebista e à impopularidade do governo, o que inviabiliza mobilizações favoráveis.
— Há uma ausência de mobilizadores que convoquem manifestações nos dois lados da polarização. O MBL (Movimento Brasil Livre) e o Vem pra Rua saíram de cena. Pelo lado petista, também não há interesse em convocar grandes manifestações. A nenhum dos dois lados interessa a saída do Temer. Do lado governista, por razões óbvias, e, do lado do PT, porque interessa um desgaste (do presidente) para chegar em 2018 com uma oportunidade maior (de vitória) — disse Esther Solano, doutora em Ciências Sociais pela Universidad Complutense de Madrid e uma das autoras do livro “Mascarados: a verdadeira história dos adeptos da tática black bloc”.
SATURAÇÃO – Para Esther Solano, a população está “saturada” e por isso não foi espontaneamente para as ruas: “Já se viu que o sistema todo é corrupto, a população não sente mais a raiva que sentia, que a levou a ir para a rua achando que algo ia mudar”.
O cientista político e pesquisador da Universidade de Brasília (UnB) Antônio Testa também avalia que a população está entorpecida: “Aqui em Brasília a classe média estava totalmente contrária à Dilma (Rousseff) e o governo (Dilma) pagou para as centras sindicais trazerem muitas pessoas (para as ruas). Em São Paulo, a própria Fiesp ajudou bastante na oposição ao governo Dilma. Agora, as centrais sindicais estão sem dinheiro e, se têm dinheiro, não estão querendo gastar para mobilizar. E a população está em total descrédito com o governo Temer, e entendeu que ele vai continuar. A esperança é que em 2018 venha alguma mudança.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Em tradução simultânea, pode-se dizer que a população – especialmente, a classe média – está desencantada com a política. O povo sai às ruas e não resolve absolutamente nada, esta é a realidade que se percebe, uma circunstância que em 2018 abrirá grande possibilidade de vitória para um candidato que não seja político profissional, digamos assim. Como se reclama nas ruas, assim não tem saco que aguente. (C.N.)

03 de agosto de 2017
Fernanda Krakovics
O Globo

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