ENTRA GOVERNO, SAI GOVERNO, E A REFORMA AGRÁRIA REALMENTE NÃO AVANÇA NO BRASIL
“Criança! não verás nenhum país como este!” – os versos do poeta nacionalista Olavo Bilac jamais foram tão verdadeiros como agora.
Em meio à esculhambação institucional, o agronegócio fala mais alto e sustenta a economia brasileira, apesar do descaso com que sucessivos governos vêm tratando o mais importante segmento econômico. Lembremos que, a pedido do governo petista, o BNDES, com a maior facilidade, possibilitou que Cuba construísse um dos mais modernos portos do mundo, mas esqueceu de investir na modernização dos portos brasileiros, assim como na construção de ferrovias e rodovias destinadas a agilizar as exportações dos produtos alimentícios brasileiros.
Em meio à esculhambação institucional, o agronegócio fala mais alto e sustenta a economia brasileira, apesar do descaso com que sucessivos governos vêm tratando o mais importante segmento econômico. Lembremos que, a pedido do governo petista, o BNDES, com a maior facilidade, possibilitou que Cuba construísse um dos mais modernos portos do mundo, mas esqueceu de investir na modernização dos portos brasileiros, assim como na construção de ferrovias e rodovias destinadas a agilizar as exportações dos produtos alimentícios brasileiros.
CONDIÇÕES IDEAIS – Em matéria de produção agroindustrial, nenhum país do mundo possui condições de concorrer com o Brasil, cujo potencial no setor só tende a se expandir, apesar do descaso das autoridades.
O país tem as mais extensas terras agricultáveis, em condições ideais de luminosidade, que permitem várias safras anuais, e dispõe da maior reserva de água doce do planeta, na superfície e no subsolo, para irrigar a baixo custo as plantações.
Além disso, desenvolve avançada tecnologia própria através da Embrapa, criada pelo engenheiro agrônomo Alysson Paulinelli, o melhor ministro da Agricultura possível e imaginável.
CAMPEÕES NACIONAIS – Com o avanço da Lava Jato, veio à tona o escândalo do favorecimento do grupo Friboi, que em poucos anos se tornou o maior produtor de proteína animal. Os irmãos Batista entenderam a mensagem de Geraldo Vandré (“quem sabe faz a hora”) e entregaram o sistema de corrupção que favoreceu o crescimento da empresa, altamente benéfico ao país.
Na verdade, a política dos campeões nacionais é adotada no mundo inteiro e explica o desenvolvimento mágico de países como Japão, Coréia do Sul ou China. E BNDES embarcou nessa por indução do então presidente Carlos Lessa, que em 2003 introduziu no banco esta proveitosa política nacionalista, exaltada agora pelo atual presidente Paulo Rabelo de Castro, ao admitir que apoiar a Friboi foi o melhor negócio que o BNDES já fez…
PROPINAS DO PT – O que Lessa não conseguiu prever foi a criação do macroesquema de propinas no governo do PT, que inicialmente não atingiu o BNDES. Somente na gestão de Guido Mantega é que o banco foi corrompido. Mesmo assim, a propina era distribuída diretamente ao PT e à base aliada, abrangendo 1.829 políticos de 28 partidos, incluindo legendas de oposição ao governo petista, como PSDB, DEM etc, numa promiscuidade surpreendente.
Se pagava propinas também no BNDES, Joesley ainda não revelou. Pelo contrário, disse à Lava Jato que foi chantageado por Eduardo Cunha, que ameaçou abrir uma CPI do BNDES, mas deu errado, porque o empresário lhe respondeu que a Friboi não seria atingida por nenhuma investigação sobre o banco estatal.
REFORMA AGRÁRIA – Nesta terça-feira, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra invadiu simultaneamente terras da família do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, do empresário João Baptista Lima Filho, coronel reformado da PM e amigo do presidente Temer, e de Ricardo Teixeira, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol.
Caso sejam terras improdutivas, o MST merece apoio incondicional. “Fazendas” existem para “fazer”, precisam justificar a denominação etimológica. Terra improdutiva não é fazenda, pois nela não se está fazendo nada. Portanto, a propriedade deve ser altamente taxada e estar sujeita à desapropriação para reforma agrária com elevado deságio na avaliação. Simples assim. O que não pode é existirem áreas permanentemente improdutivas, enquanto houver camponeses sem terras para produzir. É apenas uma questão de lógica e humanismo. O fato concreto é que entra governo, sai governo, e a reforma agrária não anda.
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P.S. 1 – Terminamos este artigo citando um comentário de Antonio Carlos Fallavena: “Interessantes mesmo são os dados, pouco claros, da reforma agrária. Quanto lotes já foram vendidos? Quantos militantes reingressaram nas fileiras, depois de vender lotes? Quanto custou a reforma agrária? Sempre defendi a reforma agrária, mas de forma diferente. A terra é tão importante para um país que, ao invés de propriedade da terra deveríamos adotar o “uso da terra”. Enquanto tiver usando e tendo resultado, usa a terra. A terra para agricultura e pecuária deveria ser propriedade de todos os brasileiros e para uso de quem planta e cria. Assim, terminaríamos com a vigarice dos latifúndios improdutivos”.
P.S. 1 – Terminamos este artigo citando um comentário de Antonio Carlos Fallavena: “Interessantes mesmo são os dados, pouco claros, da reforma agrária. Quanto lotes já foram vendidos? Quantos militantes reingressaram nas fileiras, depois de vender lotes? Quanto custou a reforma agrária? Sempre defendi a reforma agrária, mas de forma diferente. A terra é tão importante para um país que, ao invés de propriedade da terra deveríamos adotar o “uso da terra”. Enquanto tiver usando e tendo resultado, usa a terra. A terra para agricultura e pecuária deveria ser propriedade de todos os brasileiros e para uso de quem planta e cria. Assim, terminaríamos com a vigarice dos latifúndios improdutivos”.
P.S. 2 – Cuidado, Fallavena… Se o filho do Bolsonaro ler este comentário seu, você pode ser tachado de comunista e ir para a cadeia, nos termos do projeto de lei que tramita no Congresso para criminalizar o comunismo. (C.N.)
26 de julho de 2017
Carlos Newton
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