O site Blogueiras Negras propõe um questionamento que parece uma gozação mas que é feita de modo sério: por que os homens heterossexuais são gostam das "mulheres trans"?
O texto questiona: "Por que os homens, sejam cis ou trans, não estão amando mulheres trans e travestis? Por que homens cis, por mais 'libertários' que sejam seus discursos, ainda assim não conseguem ver mulheres trans como alguém que ele pode ter um relacionamento sério ou ser visto, em público, com ela? Por que quando observamos homens trans que namoram, quase todos estão com mulheres cis? Que tipo de estrutura é essa que legitima uma grande parte de mulheres nunca terem tido o contato com o tão famigerado amor? E a quem interessa que estejamos sozinhas?".
O texto tenta embasar seu "argumento" (se é que podemos defini-lo assim) citando o caso de Ronaldo Fenômeno que foi zoado por amigos ao sair com um travesti. Na época, Ronaldo disse: "Eu fiz uma grande besteira na vida pessoal (...) Eu sou heterossexual (...) Foi um ato isolado, completamente estúpido e que estou, completamente, arrependido e envergonhado".
Segundo o site, é um absurdo que Ronaldo tenha se sentido assim. Ele deveria se sentir orgulhoso por ter saído com um transexual da mesma maneira que se tivesse saído com uma modelo famosa.
Obviamente, esse é mais um exemplo de como os fascistas culturais (do politicamente correto) não estão realmente interessados nos dramas reais vividos pelas minorias que dizem defender. Será que é um desejo dos transsexuais que eles passem a gerenciar o desejo dos homens heterossexuais?
Se os homens heterossexuais em sua maioria não possuem desejo por transsexuais, o que estes devem fazer senão buscar relacionamentos sexuais com aqueles que gostam? Essa seria a única atitude respeitosa com os transsexuais, bem ao oposto do que propõe o site de extrema-esquerda.
Ninguém deve ser obrigado a ter desejo sexual de modo forçado. Ao tentar gerenciar o desejo sexual dos outros, a única coisa que os fascistas culturais conseguem é gerar ressentimento (o resultado único de gerir o desejo dos outros). Claro está que isso não avança um milímetro sequer a causa de qualquer uma das minorias supostamente defendidas.
Para piorar, o texto é sexista, já que propõe o gerenciamento dos desejos sexuais dos homens heterossexuais, mas extirpa da equação as mulheres heterossexuais. Ué, por que os homens heterossexuais precisam explicar a falta de desejo por pessoas do mesmo sexo mas as mulheres não precisariam fazê-lo? Mais um colapso de contradições.
Outro detalhe: o texto é anticientífico, pois foram os próprios movimentos LGBT que sempre defenderam estudos para comprovar que orientação sexual não é alterável conforme a conveniência. Mas ao requisitar que um homem que tenha orientação sexual hétero precise se explicar por suas "escolhas", o texto do site de extrema-esquerda nega toda a tese falando sobre a orientação sexual inata. Que tiro no pé, não?
Em resumo, a extrema-esquerda não está nem um pouco preocupada com os dramas reais vividos pelas minorias trans. Quer apenas utilizá-los para fazer narrativas incoerentes, gerar ressentimento, obter capital político temporário e gerar sofrimento. É uma crueldade sem fim.
28 de abril de 2017
luciano ayan
O texto questiona: "Por que os homens, sejam cis ou trans, não estão amando mulheres trans e travestis? Por que homens cis, por mais 'libertários' que sejam seus discursos, ainda assim não conseguem ver mulheres trans como alguém que ele pode ter um relacionamento sério ou ser visto, em público, com ela? Por que quando observamos homens trans que namoram, quase todos estão com mulheres cis? Que tipo de estrutura é essa que legitima uma grande parte de mulheres nunca terem tido o contato com o tão famigerado amor? E a quem interessa que estejamos sozinhas?".
O texto tenta embasar seu "argumento" (se é que podemos defini-lo assim) citando o caso de Ronaldo Fenômeno que foi zoado por amigos ao sair com um travesti. Na época, Ronaldo disse: "Eu fiz uma grande besteira na vida pessoal (...) Eu sou heterossexual (...) Foi um ato isolado, completamente estúpido e que estou, completamente, arrependido e envergonhado".
Segundo o site, é um absurdo que Ronaldo tenha se sentido assim. Ele deveria se sentir orgulhoso por ter saído com um transexual da mesma maneira que se tivesse saído com uma modelo famosa.
Obviamente, esse é mais um exemplo de como os fascistas culturais (do politicamente correto) não estão realmente interessados nos dramas reais vividos pelas minorias que dizem defender. Será que é um desejo dos transsexuais que eles passem a gerenciar o desejo dos homens heterossexuais?
Se os homens heterossexuais em sua maioria não possuem desejo por transsexuais, o que estes devem fazer senão buscar relacionamentos sexuais com aqueles que gostam? Essa seria a única atitude respeitosa com os transsexuais, bem ao oposto do que propõe o site de extrema-esquerda.
Ninguém deve ser obrigado a ter desejo sexual de modo forçado. Ao tentar gerenciar o desejo sexual dos outros, a única coisa que os fascistas culturais conseguem é gerar ressentimento (o resultado único de gerir o desejo dos outros). Claro está que isso não avança um milímetro sequer a causa de qualquer uma das minorias supostamente defendidas.
Para piorar, o texto é sexista, já que propõe o gerenciamento dos desejos sexuais dos homens heterossexuais, mas extirpa da equação as mulheres heterossexuais. Ué, por que os homens heterossexuais precisam explicar a falta de desejo por pessoas do mesmo sexo mas as mulheres não precisariam fazê-lo? Mais um colapso de contradições.
Outro detalhe: o texto é anticientífico, pois foram os próprios movimentos LGBT que sempre defenderam estudos para comprovar que orientação sexual não é alterável conforme a conveniência. Mas ao requisitar que um homem que tenha orientação sexual hétero precise se explicar por suas "escolhas", o texto do site de extrema-esquerda nega toda a tese falando sobre a orientação sexual inata. Que tiro no pé, não?
Em resumo, a extrema-esquerda não está nem um pouco preocupada com os dramas reais vividos pelas minorias trans. Quer apenas utilizá-los para fazer narrativas incoerentes, gerar ressentimento, obter capital político temporário e gerar sofrimento. É uma crueldade sem fim.
28 de abril de 2017
luciano ayan
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