Em depoimento ao juiz federal Sergio Moro, o executivo Paulo Gordilho, ligado à OAS, contou que foi a São Bernardo do Campo – município do ABC paulista – mostrar ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva dois projetos relacionados ao sítio Santa Bárbara, de Atibaia, no interior de São Paulo, e ao tríplex 164-A, no Guarujá, no litoral paulista. A operação Lava Jato atribui as duas propriedades ao petista, que nega.
Gordilho narrou a Moro que foi à cidade onde mora o ex-presidente, acompanhado do ex-presidente da OAS José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro. “Quando Léo queria os dois projetos prontos, ele queria passar para o ex-presidente e a ex-primeira-dama (Marisa) os projetos. Eram três folhas de papel com a foto de Atibaia, da cozinha de Atibaia e um caderninho do projeto de customização do Guarujá e ele queria passar. Só que ele viajou e não pôde levar isso. Aí ele pediu para o motorista me pegar num sábado de manhã e nós fomos até São Bernardo do Campo. Fui eu e ele”, declarou.
OS PROJETOS – “Fomos lá e explicamos os dois projetos. Eu peguei com Roberto (Moreira, também da OAS) para analisar, para ver o que era, para poder chegar lá e explicar”, disse Gordilho.
Segundo o executivo, nesta ocasião, foram mostrados a Lula e dona Marisa (morta em fevereiro passado vítima de um AVC) o projeto para as duas propriedades. “O sítio de Atibaia, na realidade, não era nem um projeto, que o projeto a Kitchens fez. Mas ela fez umas plantas decoradas que até um leigo completo saberia ver, que é ver uma foto de uma cozinha pronta apesar de não estar pronta, estar desenhada, colorida, né, com prato, talher, tudo em cima, mas uma foto de arquitetura, não era um projeto em si”, disse. “Neste dia lá em São Bernardo do Campo foi mostrado os dois.”
LULA CONCORDOU – “Para o ex-presidente?”, quis saber Moro. “É”, respondeu Gordilho. “Houve concordância com o projeto?”, questionou o magistrado. “Eu diria que houve, porque tanto que foi feito. Mas, vamos dizer assim, eles não entenderam bem. Tirando a cozinha de Atibaia que era uma foto, não pode também exigir que dona Marisa e o ex-presidente conheçam projeto de planta baixa, corte de um projeto de arquitetura, entendeu?”, disse o executivo.
Paulo Gordilho foi interrogado em ação penal na qual é réu também o ex-presidente Lula. O petista é acusado de receber R$ 3,7 milhões em benefício próprio – de um valor de R$ 87 milhões de corrupção – da empreiteira OAS, entre 2006 e 2012.
As acusações contra Lula são relativas ao suposto recebimento de vantagens ilícitas da empreiteira OAS por meio do tríplex no Guarujá, no Solaris, e ao armazenamento de bens do acervo presidencial, de 2011 a 2016.
OUTRO LADO – Pelo lado da defesa de Lula, o advogado Cristiano Zanin Martins disse que “a narrativa de Paulo Gordilho, ex-diretor técnico da OAS Empreendimentos, de que soube em 2011 que a unidade 164-A do Condomínio Solaris, no Guarujá, havia sido reservada para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou isolada e sem nenhuma evidência após ele reconhecer, em respostas a perguntas da defesa, que não tinha qualquer conhecimento ou atuação na área de vendas da empresa”.
“A declaração também destoa não apenas das 73 testemunhas que o antecederam nos depoimentos sobre o caso tríplex – entre eles funcionários da companhia-, mas também do que afirmou Fábio Yonamine, ex-presidente da mesma OAS Empreendimentos. Gordilho e Yonamine foram ouvidos hoje em Curitiba e também são réus na ação penal”, destacou a defesa do ex-presidente da República.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O assunto já está enchendo… Todo mundo sabe que Lula não é dono do sítio nem do triplex. Como é muito entendido em decoração, Lula apenas se ofereceu para dar consultoria aos sócios de seu filho, para melhorar o sítio que a família Silva costumava frequentar, e simultaneamente também resolver ajudar Léo Pinheiro a melhorar o tríplex da OAS, para ser vendido em melhores condições. E Lula nem cobrava nada por esses serviços, porque ele sabe, como ninguém, homenagear os amigos, é só perguntar ao Emilio Odebrecht. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O assunto já está enchendo… Todo mundo sabe que Lula não é dono do sítio nem do triplex. Como é muito entendido em decoração, Lula apenas se ofereceu para dar consultoria aos sócios de seu filho, para melhorar o sítio que a família Silva costumava frequentar, e simultaneamente também resolver ajudar Léo Pinheiro a melhorar o tríplex da OAS, para ser vendido em melhores condições. E Lula nem cobrava nada por esses serviços, porque ele sabe, como ninguém, homenagear os amigos, é só perguntar ao Emilio Odebrecht. (C.N.)
28 de abril de 2017
Deu no Estadão
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