"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 28 de abril de 2017

CABRAL ADMITE QUE USOU DINHEIRO DE CAIXA 2, MAS ISENTA A MULHER

ADRIANA ANCELMO ALEGOU QUE NÃO SABIA DO PATRIMÔNIO DO MARIDO

MAGRO E ABATIDO, O EX-GOVERNADOR DO RIO DE JANEIRO NEGOU EM DEPOIMENTO RECEBER PROPINA.


O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral admitiu, em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, o uso de dinheiro de Caixa 2 para comprar artigos de luxo para ele e a família. De acordo com Cabral, a esposa, as compras foram pagas com recursos próprios e sobras de campanhas, mas negou qualquer participação da esposa, Adriana Ancelmo, em esquemas de corrupção.

Ao ser questionado sobre o pagamento de R$ 2,7 milhões da Andrade Gutierrez em forma de propina pelo contrato de construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), Cabral se disse surpreso com as afirmações dos executivos da empreiteira. “Me surpreenderam, ao dar o depoimento à Vossa Excelência e no acordo de delação deles ter posto esse tema”. "Não tem nada a ver com a Petrobras, como não tem nada a ver com o Comperj, esse vínculo é um vínculo absurdo”, completou.

Em vários momentos, o ex-governador fez questão de enfatizar a inocência da ex-primeira-dama reiterando ser sua a responsabilidade pelos malfeitos. "Os recursos eram meus, a responsabilidade é minha. Minha mulher não conhece nenhum desses personagens que são citados, executivos, Petrobras. São responsabilidades minhas, diretas”.

Adriana Ancelmo

A advogada Adriana Ancelmo também prestou esclarecimentos a Sérgio Moro e disse que, apesar de casada com o então governador, não tinha conhecimento da origem do dinheiro usado pelo marido, não sabia qual era o patrimônio e a renda de Sérgio Cabral. "Como ele não sabia o que eu tinha. Se ele tinha aplicações, os dividendos dessa empresa. Nosso relacionamento era de absoluta confiança”, disse a ex-primeira-dama.

Adriana admitiu compras incompatíveis com o salário de governador (cerca de R$ 20 mil) como R$ 56 mil em móveis, R$ 57 mil em vestidos e R$ 280 mil em ternos de grife feitos sob medida para Cabral. “Eu, em momento nenhum, questionei ele porque ele estava trazendo uma pessoa para medir um terno para ele e ele adquirir esse terno. Eu não sabia sequer o preço de um terno da Ermenegildo Zegna. Nunca o questionei em relação a isso".

Acusada pela ex-secretária Michele Tomaz Pinto de receber de até R$ 300 mil por semana, em dinheiro, do operador do PMDB Luiz Carlos Bezerra, Adriana disse se tratar de vingança da ex-funcionária. "Declaração absurda. Trata-se de uma represália”, afirmou.

Adriana se defendeu da acusação de lavagem de dinheiro por meio de compras luxuosas, afirmando que eram pagas com dinheiro que estavam na conta corrente dela, ou presentes do marido, que ela acreditava se tratar de dinheiro lícito, "Ele dizia que eram recursos lícitos e eu acreditei. Meu marido. Eu não questionava. Acreditava que os valores eram pagos com dinheiro lícito, fossem presentes ou fosse mobiliário escolhido para a residência".


28 de abril de 2017
diário do poder

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