O senador Renan Calheiros afirmou nesta sexta-feira que não havia sido informado sobre a operação deflagrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que mira um ex-assessor, o advogado Bruno Mendes. A ação, mais uma etapa da Satélite, também faz busca em endereços do senador Romero Jucá (PMDB-RR). Renan, que está fora de Brasília, falou por telefone ao Globo: “Não estou sabendo de nada disso” – afirmou.
As buscas foram pedidas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a partir da delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. O procurador-geral quer acesso a documentos que comprovariam denúncias de corrupção, lavagem de dinheiro e até mesmo de organização criminosa. Além de Brasilia, a polícia cumpre mandados de busca em São Paulo, Alagoas, Rio Grande do Norte.
OPERADOR – Para PF, advogado ligado a Renan marcava jantares e intermediava pagamentos a campanhas. O nome do advogado Bruno Mendes apareceu pela primeira vez nas investigações da Lava-Jato a partir de um relatório da Polícia Federal ao qual o Globo teve acesso, em fevereiro do ano passado. Ele é suspeito de agendar jantares com Ricardo Pessoa, dono da UTC, e realizar pagamentos como doações de campanha.
No documento, a PF apontava indícios de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em pedidos de doação de campanha em 2014 feitos pelo senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Romero Jucá (PMDB-RR).
CONTINUIDADE – A nova fase da Lava-Jato proveniente do STF dá continuidade à primeira operação com base na delação de executivos da Odebrecht, deflagrada em março e batizada de Satélites, onde também envolveu endereços ligados a Renan, ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e os demais senadores Valdir Raupp (PMDB-RO) e Humberto Costa (PT-PE).
29 de abril de 2017
Jailton De Carvalho
O Globo
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