"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 1 de abril de 2017

O MAIOR ERRO DO REGIME MILITAR FOI NÃO TER SEGUIDO O EXEMPLO DE DE GAULLE


Resultado de imagem para charge regime militar
Charge do Kayser, reprodução do Google
Chegando ao poder em 31 de março de 1964, depois de fazer um expurgo político no qual foram cassados os políticos considerados responsáveis pela situação caótica pré-1964, os militares sentiram os revolucionários que na eleição presidencial de outubro de 1965, apesar de terem um excelente candidato pela UDN, Carlos Lacerda, o PSD-PTB da base aliada de Jango faria o presidente da República se houvesse eleição direta. Ora, não se faz uma revolução para logo depois entregar o poder, via eleições.
Os militares mudaram então as regras do jogo, acabando com os velhos partidos políticos e eleições diretas para presidente da república e governo dos estados, prefeitos das capitais etc., para levar a obra adiante. O grande Carlos Lacerda, a meu ver o mais preparado e competente candidato, que tanto tinha trabalhado pela vitória da revolução, também foi cassado e preso.
Os líderes militares brasileiros esqueceram porém de fazer uma coisa que o presidente De Gaulle não descuidou – realizar plebiscito nacional, para legalizar seus governos. Assim, foram até o fim do ciclo, sem plebiscitos nacionais, e pagam o preço até hoje.
###
ACERTOS E ERROS DOS MILITARESNélio Jacob
Sem dúvida, o regime militar deu um grande salto na economia do país, o que fez o Brasil se tornar a oitava economia do mundo, havia empregos, e principalmente não se pode duvidar da honestidade dos militares, que terminavam seus mandatos com o mesmo patrimônio, que começou, diferentemente do que acontece agora, e o Brasil cresceu durante esses 20 anos de ditadura, isso é um fato.
Mas foi neste período que a educação pública começou a ser abandonada e houve o progresso dos criminosos planos de saúde. A ditadura, com todo poder, não poderia ter feito uma reforma agrária ampla e tirar o homem do campo da miséria, que perdura ate os dias de hoje? Foi neste período que a dívida interna e externa começou a tomar vulto e Delfim Neto dizia: “Dívida não se paga, rola-se”.
IMBECILIDADE – A proibição  de se comentar sobre política, durante 20 anos, levou a juventude da época à imbecilidade, o que reinava eram futebol e novelas. Todavia, a ditadura foi mil vezes melhor, que o período dos presidentes que vieram depois.
O golpe, que foi encabeçado por uma cúpula militar, para atender as multinacionais e os interesses dos EUA, vinha de longe, passando por Getúlio, Juscelino, Jânio Quadros e se concretizou no governo de João Goulart.
O golpe foi dado mais pelos acertos do governo João Goulart do que pelos seus erros. As reformas de base e a encampação de algumas multinacionais, foram a gota d’água.
LUTA ARMADA – Os que pegaram em armas e se diziam comunistas eram meia dúzia de gatos pingados e mereciam ser presos, sim, mas a maioria do brasileiros que apenas apoiavam o governo do PTB passaram a serem chamados também de comunistas. João Goulart, não era comunista, mas não era benquisto por aquela cúpula militar. Sabendo disso, procurou apoio do povão, que influenciado por alguns comunistas e agentes infiltrados, acabou levando o Brasil a anarquia.
O maior mal da ditadura foi nos legar políticos da pior espécie, para nos governar.

01 de abril de 2017
Flávio José Bortolotto

Nenhum comentário:

Postar um comentário