Muito se discute sobre o homem-delinquente, a motivação do crime, a origem do criminoso, seus laços familiares, o ambiente em que nasceu, cresceu e morreu. Para a vítima, não sobra nem uma nota de rodapé.
Um exército de assistentes sociais, psicólogos, agentes de atividades socioeducativas, ativistas sociais, juristas e sociólogos é mobilizado para cuidar do delinquente, seja maior ou menor, com a ilusão de recuperá-lo para o convívio social.
A mesma mobilização não é vista para impedir que as crianças cheguem ao estágio da delinquência, talvez porque renda poucos empregos e apelos de autopiedade.
Recuperar coitados que se desviaram do caminho do bem, por culpa da sociedade excludente, rende muito mais cartaz do que encaminhar as pessoas desde cedo pela estrada certa.
Aprisionar as pessoas em sua dependência, que dura para sempre, é uma estratégia perversa que garante empregos e rendas para profissionais de diversas áreas, porém não liberta. O que liberta são a educação, a autonomia e a cidadania, o que não interessa a quem se beneficia da exploração dos guetos.
A vítima tampouco interessa. Morreu, já era. Não rende empregos, recursos para organizações não-governamentais e mandatos eletivos. Coitado é quem mata, que vai sofrer nos porões dos cruéis regimes estabelecidos.
Ninguém vai pesquisar o empobrecimento das famílias que perderam seu provedor, as crianças que ficaram órfãs, a viúva que se vê obrigada a trabalhar dia e noite para sustentar os filhos, sem ter com quem deixar a prole.
Predomina o sentimento de falsidade, a proteção do mal em nome do bem.
07 de março de 2017
Miguel Lucena é delegado da PCDF e jornalista.
Um exército de assistentes sociais, psicólogos, agentes de atividades socioeducativas, ativistas sociais, juristas e sociólogos é mobilizado para cuidar do delinquente, seja maior ou menor, com a ilusão de recuperá-lo para o convívio social.
A mesma mobilização não é vista para impedir que as crianças cheguem ao estágio da delinquência, talvez porque renda poucos empregos e apelos de autopiedade.
Recuperar coitados que se desviaram do caminho do bem, por culpa da sociedade excludente, rende muito mais cartaz do que encaminhar as pessoas desde cedo pela estrada certa.
Aprisionar as pessoas em sua dependência, que dura para sempre, é uma estratégia perversa que garante empregos e rendas para profissionais de diversas áreas, porém não liberta. O que liberta são a educação, a autonomia e a cidadania, o que não interessa a quem se beneficia da exploração dos guetos.
A vítima tampouco interessa. Morreu, já era. Não rende empregos, recursos para organizações não-governamentais e mandatos eletivos. Coitado é quem mata, que vai sofrer nos porões dos cruéis regimes estabelecidos.
Ninguém vai pesquisar o empobrecimento das famílias que perderam seu provedor, as crianças que ficaram órfãs, a viúva que se vê obrigada a trabalhar dia e noite para sustentar os filhos, sem ter com quem deixar a prole.
Predomina o sentimento de falsidade, a proteção do mal em nome do bem.
07 de março de 2017
Miguel Lucena é delegado da PCDF e jornalista.
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