A manifestação programada para o domingo 26 de março, que marca o retorno às ruas dos grupos protagonistas dos protestos pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT), deverá ter formato novo e poderá aprofundar o distanciamento entre os movimentos. O ato, cujos objetivos principais são a defesa da Operação Lava Jato e a crítica a qualquer tipo de acordo político que limite as investigações, será móvel.
Os manifestantes devem se concentrar na avenida Paulista no início da tarde, como tem sido a praxe, mas dessa vez não ficarão parados.
Uma parte expressiva, liderada pelo MBL (Movimento Brasil Livre), pretende sair em marcha até o largo da Batata, local que costuma ser mais utilizado por movimentos de esquerda.
MAIS IMPACTO – “A ideia partiu de uma avaliação de que ficar parado gera menos impacto. Em movimento, a visibilidade é maior, as pessoas prestam mais atenção. Achamos que vale testar esse formato”, afirma Kim Kataguiri, membro da coordenação do MBL.
Pesou também a previsão de que essa manifestação deve ser menor do que as ocorridas durante a discussão do impeachment, quando 500 mil pessoas chegaram a se reunir na Paulista.
No último ato, em dezembro de 2016, convocado como um protesto genérico contra a corrupção, apenas 15 mil pessoas estiveram presentes, segundo a Polícia Militar. Agora, a adesão vai depender dos próximos acontecimentos, segundo Kataguiri.
NOVOS INQUÉRITOS – Nesta semana, os prováveis pedidos de abertura de inquérito pela Procuradoria Geral da República, motivados pela delação premiada da Odebrecht, podem gerar maior interesse.
Mas, num sinal de afastamento entre os principais atores do impeachment, o Vem Pra Rua, o outro grande movimento que sempre promoveu as manifestações, não vai se juntar à marcha proposta pelo MBL e grupos menores, como o Nas Ruas.
Segundo a assessoria do movimento, seu caminhão de som permanecerá estacionado na lateral do Masp (Museu de Arte de São Paulo), na esquina da avenida Paulista com a Alameda Casa Branca.
HÁ DIFERENÇAS – A distância entre os dois maiores movimentos que conduziram as manifestações pelo impeachment não será apenas física. O MBL, mais ideológico, incluiu entre as bandeiras do ato temas como a reforma da Previdência e a revogação do Estatuto do Desarmamento. O Vem Pra Rua, que se apresenta como um grupo predominantemente de combate à corrupção e fiscalização da política, centrou sua pauta na defesa das investigações em curso.
Em ambos, há uma preocupação em não caracterizar o ato como uma manifestação contra Temer, embora seus líderes tenham a consciência de que palavras de ordem contra o governo inevitavelmente aparecerão.
A realização do protesto já foi aprovada pela Polícia Militar, mas a autorização para a marcha ainda não foi dada. Isso deve ocorrer na semana do ato. Segundo a assessoria da PM, a princípio não há objeção para uma marcha, “se for bem planejada e organizada, com dimensionamento de risco”.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Essa diversificação de temas é altamente negativa. A manifestação deveria se concentrar no fortalecimento da Lava Jato. Defender esse pacote de maldades chamado de reforma da Previdência é uma insanidade total. Vai esvaziar o protesto. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Essa diversificação de temas é altamente negativa. A manifestação deveria se concentrar no fortalecimento da Lava Jato. Defender esse pacote de maldades chamado de reforma da Previdência é uma insanidade total. Vai esvaziar o protesto. (C.N.)
07 de março de 2017
Fábio Zanini
Folha
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