"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 7 de março de 2017

NOMEAÇÃO DO NOVO ASSESSOR DE IMPRENSA DO PLANALTO É MAIS UM GOLPE EM PADILHA


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Luciano Suassuna vai comandar a Imprensa no Planalto

Em mais um eletrizante capítulo da novela do esvaziamento da facção de Eliseu Padilha no Planalto, o jornalista Luciano Suassuna assumiu nesta segunda-feira (dia 6) o cargo de assessor de Imprensa da Presidência da República. 
Com isso, a facção do presidente Michel Temer ganha mais um importante cargo na hierarquia palaciana, enquanto Padilha passa a contar apenas com o apoio de dois assessores de primeiro escalão – o advogado Gustavo do Vale Rocha, da Subchefia Jurídica da Casa Civil, e o jornalista Márcio de Freitas Gomes, da Secretaria de Comunicação Social (Secom).
DEVAGAR E SEMPRE – O estilo de Temer é lento, dissimulado é preciso. O primeiro passo para esvaziar Padilha, a partir de outubro, foi deixá-lo de fora da maioria das reuniões políticas internas e externas, nas quais o presidente passou a ser acompanhado por Moreira Franco, que nem ministro era. Padilha fez cara de paisagem, fingiu que não era com ele e continuou se comportando como todo-poderoso do governo, inclusive criando problemas com outros ministros.
O segundo passo de Temer foi dado em 3 de fevereiro, com a nomeação de Moreira Franco para ministro da Secretaria-Geral, que passou a controlar hierarquicamente três importantes setores do Planalto (Cerimonial, Administração e Comunicação Social), que desde o início do governo eram subordinados à Casa Civil.
No sábado de Carnaval (dia 24), Temer aproveitou a ausência de Padilha, que estava prestes a ser operado, e afastou o chefe da Assessoria de Imprensa, Douglas de Felice, ex-assessor de Renan Calheiros. Para que não houvesse problemas, deu a ele um emprego de melhor remuneração, como assessor da presidência do Sebrae, e sepultou o assunto.
SÓ FALTA UM – Agora, para retomar inteiramente o controle da Comunicação Social, só falta se livrar do secretário Márcio de Freitas Gomes. Aliás, ao assumir a Presidência em maio de 2016, Temer nem queria nomeá-lo, mas sofreu forte pressão de Padilha e dos demais caciques do PMDB, teve de ceder.
Márcio Gomes pode até continuar na Secom, mas está totalmente esvaziado. Será uma presença meramente decorativa, por ser um jornalista sem maior experiência, que passou muitos anos como assessor do PMDB e depois ficou encostado como assessor de Temer na Vice-Presidência da República, não fez carreira na profissão.
Quanto a Luciano Suassuna, trata-se de um jornalista de verdade, com trajetória vitoriosa no Correio Braziliense, Veja, Estadão, Zero Hora e IstoÉ. Já ganhou dois prêmios Esso de Reportagem, publicou três livros sobre política e jornalismo. Em 1993 recebeu, junto com o jornalista Luís Costa Pinto, o prêmio Jabuti de melhor livro-reportagem por “Os Fantasmas da Casa da Dinda”.
UMA SITUAÇÃO ESTRANHA – Essa disputa entre as facções de Padilha e Temer é uma situação estranha e inusitada, porque isso nunca aconteceu, muitos jornalistas ainda nem acreditam que esteja havendo esse imbroglio. Afinal, o presidente da República detém a caneta. Portanto, basta manejá-la, sempre que se sentir incomodado. Mas acontece que Temer só chegou ao poder porque foi carregado pelos caciques do PMDB. Era um dos participantes do grupo e teve de se tornar refém deles, pois o governo foi claramente fatiado e compartilhado.
Com as demissões de Romero Jucá, Henrique Eduardo Alves e Geddel Vieira Lima, a prisão de Eduardo Cunha, o esvaziamento de Renan Calheiros e Edison Lobão, o recolhimento de Jáder Barbalho e a licença de Eliseu Padilha, pela primeira vez Temer está respirando sem aparelhos e começa a montar sua própria estrutura no Planalto, junto com Moreira Franco, que está citado na Lava Jato, porém jamais integrou a elite dos caciques do PMDB.
JORNALISTAS CERCEADOS – Desde que a Tribuna da Internet publicou, com absoluta exclusividade, as primeiras matérias sobre a disputa de poder, o ambiente ficou ainda mais pesado no Planalto. No dia 27 de setembro, os jornalistas ficaram proibidos de circular sozinhos. Para entrar no terceiro andar (Presidência) e no quarto andar (Casa Civil e Secretaria de Governo), até hoje têm de ser acompanhados por funcionários da Secretaria de Comunicação.
É claro que isso deve acabar na gestão de Luciano Suassuna, assim que ele estiver adaptado às novas funções, em meio à intrigalhada que hoje caracteriza o Planalto. E com toda certeza a Assessoria de Imprensa vai parar também de mover campanhas difamatórias usando notícias falsas. como acorreu com os ministros Medina Osório (AGU) e Marcelo Calero (Cultura), para forçá-los a deixar o governo.
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PS – Somente vão continuar (por enquanto) as notícias falsas divulgadas pelos assessores sobre a doença de Padilha, que foi muito mais grave do que se divulgou, pois ele não deverá ter condições de assumir na próxima segunda-feira, ao contrário do que a imprensa continua a anunciar, repetindo as informações manipuladas pelo pessoal da Casa Civil. Como dizia nosso amigo Ibrahim Sued, em sociedade tudo se sabe. (C.N.)

07 de março de 2017
Luciano Suassuna vai comandar a Imprensa no Planalto

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