"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 7 de março de 2017

NOVO DEPOIMENTO NÃO ESCLARECE SE TEMER PEDIU DOAÇÃO LEGAL OU PARA CAIXA 2




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Depoimentos deixam dúvidas sobre a doação da Odebrecht
Em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta segunda-feira (dia 6), Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente da Odebrecht, reafirmou que o presidente Michel Temer pediu “apoio financeiro” da empreiteira ao partido durante as eleições de 2014. Melo Filho foi ouvido em Brasília por cerca de 45 minutos pelo ministro Herman Benjamin em meio ao processo de cassação da chapa Dilma Rousseff-Temer. De acordo com apuração da Folha, Melo Filho reiterou o teor da sua delação premiada em que descreveu um jantar ocorrido no Palácio do Jaburu em maio 2014.
O vazamento do documento que continha a versão do ex-executivo aos procuradores da Lava Jato foi o que provocou Benjamin a convocar os depoimentos de delatores da empreiteira. Segundo Melo Filho, no encontro, Temer, que na época ocupava o cargo de vice-presidente e pleiteava a reeleição, pediu apoio financeiro ao seu partido, mas não falou em valores.
NO PALÁCIO JABURU – No jantar estavam Temer (então vice-presidente da República), Marcelo Odebrecht, ex-presidente do grupo, e Eliseu Padilha, hoje ministro da Casa Civil. Segundo a delação, naquele encontro ficou definido o repasse de R$ 10 milhões da empreiteira ao PMDB.
“Eu participei de um jantar no palácio do Jaburu juntamente com Marcelo Odebrecht, Michel Temer e Eliseu Padilha. Michel Temer solicitou, direta e pessoalmente para Marcelo, apoio financeiro para as Campanhas do PMDB no ano de 2014”, diz trecho do documento de colaboração do ex-executivo.
Também em depoimento ao TSE, na última quarta-feira, Marcelo Odebrecht deu versão semelhante, afirmando que discutiu doação com Temer, mas sem mencionar valores. A quantia teria sido discutida, segundo o herdeiro do grupo, somente com Padilha.
OUTROS DEPOIMENTOS – Alexandrino Alencar, ex-diretor da empresa, e Hilberto Mascarenhas, ex-funcionário do setor de operações estruturadas, área de pagamentos ilícitos do grupo, também foram ouvidos.
O depoimento mais longo foi o de Mascarenhas, que durou duas horas e meia. Alencar e Melo Filho entraram pela garagem, no subsolo, para não serem vistos pelos jornalistas. Mascarenhas, o primeiro a chegar, seguiu pela portaria principal e usou uma pasta na tentativa de esconder o rosto. “Vai ser tudo bem”, limitou-se a dizer sobre as expectativas para a oitiva.
Os advogados de Temer não foram localizados pela reportagem. Em nota sobre o assunto, o presidente afirmou que nunca pediu doações por meio de caixa dois.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Fica claro que os delatores da Odebrecht deram uma aliviada em Temer, para colocar a culpa em Padilha. Com isso, Temer está podendo alegar que só pediu doação legal e contabilizada, enquanto Padilha não pode dizer nada e fica afirmando que não pediu nem  recebeu dinheiro vivo para caixa dois. E a verdade está lá fora, como na antiga série de TV “Arquivo X”. (C.N.)

07 de março de 2017
Bela Megale, Camila Mattoso e Leticia Casado
Folha

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