"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 21 de março de 2017

NENHUM DOS 53 DEPUTADOS MINEIROS APOIA ESSA REFORMA DA PREVIDÊNCIA


Congresso
Muitos rejeitam, e os outros querem mudar a reforma
Envolta em críticas e repleta de pontos polêmicos, a reforma da Previdência apresentada pelo governo federal ainda vai enfrentar muita resistência em sua tramitação no Congresso Nacional. Pelo menos no que depender dos deputados de Minas, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, de 2016, não deve ser aprovada da forma como foi enviada à Câmara.
Para mostrar o que pensa a bancada mineira na Casa, O Tempo realizou uma enquete com os 53 deputados federais que representam o Estado. Os parlamentares foram questionados sobre alguns pontos polêmicos e, em sua maioria, votaram contra ou preferiram não se posicionar com relação a aspectos cruciais da reforma. Em toda a bancada, apenas um deputado foi favorável a todos os pontos da proposta.
POUCOS APOIAM – No que se refere à implantação da idade mínima de 65 anos para requerer a aposentadoria, dez mineiros disseram ser a favor. Vinte e um parlamentares são contra a medida, e 22 não responderam, boa parte deles alegando que ainda estuda o texto.
Quando questionados sobre a proposta de igualar o requisito de idade entre homens e mulheres – hoje elas podem se aposentar cinco anos antes –, a rejeição foi ainda maior: somente cinco disseram ser a favor da medida. Um total de 25 deputados alegou ser contra, e outros 23 não quiseram responder.
De toda a bancada, somente três responderam ser a favor da proposta que limita o benefício integral da aposentadoria por invalidez apenas quando a incapacidade é decorrente de acidente de trabalho. Quase metade (26) foi contra esse ponto, enquanto 24 não quiseram se manifestar.
NÃO VAI PASSAR – “A proposta como está hoje não passa. É o sentimento majoritário dentro do PSB”, afirmou Júlio Delgado, que se posicionou contra a reforma. Para ele, a retirada de benefícios de algumas categorias, como professores e trabalhadores rurais, dificulta que o projeto seja aprovado. “São pontos que vamos bater fortemente. No caso do trabalhador rural, 49 anos de contribuição ininterrupta é um absurdo. Se ele não tiver safra, fica sem poder contribuir”.
Posicionamento semelhante é compartilhado por Adelmo Carneiro Leão (PT): “A mudança é contrária aos interesses dos trabalhadores e não leva em consideração outras variáveis do processo de transformação do país. Não é justo em nenhum sentido, e é profundamente injusto e cruel com as mulheres e os trabalhadores do campo”.
Já Renzo Braz (PP) tem opinião oposta. Foi ele o único a se posicionar a favor de toda a enquete. “Não queremos uma reforma por vontade, e sim por extrema necessidade. É preciso mudar agora para garantir o futuro dos brasileiros”, defendeu.
“COLUNA VERTEBRAL” – Questionado se concorda com a íntegra da PEC, Braz admitiu que alguns pontos precisam ser modificados, mas ressaltou que a “coluna vertebral” deve ser mantida:
“Se forem modificados muitos itens no texto-base, a reforma perderá a essência. Precisamos preservar ao máximo. Não acredito que o texto seja aprovado na íntegra, mas o ideal seria aprovar, para dar credibilidade e confiança para os investidores”. (Com Rômulo Almeida, Lucas Ragazzi e Angélica Diniz)
Na enquete realizada por O Tempo, chama atenção o fato de muitos deputados de partidos aliados do governo Michel Temer (PMDB), autor da proposta, terem evitado se posicionar sobre o projeto da reforma da Previdência.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – A mais importante revelação da enquete de O Tempo é que, na bancada de Minas Gerais, com 53 deputados, nenhum deles apoiou integralmente o saco de maldades proposto pelo governo, que será inevitavelmente desmoralizado na votação que o patético presidente Rodrigo Maia tenta apressar a todo custo. (C.N)

21 de março de 2017
Luiza Muzzi
O Tempo

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