Segundo Freud, o caráter narcisista é reconhecido pela supervalorização de seu próprio pensamento. A manipulação é seu modus operandi. E o pior, isso leva á tentativa de aniquilamento do outro em projeção autodestrutiva. O autoritário tenta de qualquer modo obstaculizar o outro/diferente, nem que para isso o aniquile, simbolicamente, ou literalmente. Devido a esse funcionamento se propagam atitudes preconceituosas e fanáticas (que não são privilégios apenas de religiões ou partidos, mas, de qualquer tipo de racionalidade extremada).
Aceitar o outro não representa subserviência; ao contrário, significa caráter, ética (se colocar no lugar do outro), personalidade.
Mas não é fácil manter a identidade, o pensamento crítico, não se submeter sem indiferenciar-se, misturar-se à multidão contagiada pelo “pensamento unidimensional”…
HÁ LIMITES – Qual é o limite entre manter a identidade e projetar frustrações e expectativas irreais no outro? Isso daria uma bom debate.
Às vezes imagino carinhosamente um dia encontrar cada um dos comentaristas habituais da Tribuna da Internet e passar momentos em um despretensioso e agradável bate-papo.
Mesmo não os conhecendo, vejo muitas qualidades em cada um que aqui comenta. Por outro lado, é impossível não se ver diante de problemas quando se administra tal empreitada.
Freud dizia (mais uma vez): existem três fontes de sofrimento para o ser humano em geral:
1) o ser humano envelhece e o corpo perece;
2) o ser humano morre;
3) E (segundo ele, o pior de todos) o ser humano convive socialmente.
2) o ser humano morre;
3) E (segundo ele, o pior de todos) o ser humano convive socialmente.
Entretanto, o mestre do inconsciente afirma categoricamente que embora a convivência social seja a maior fonte de sofrimento na sociedade, se negarmos esta convivência, se fracassarmos ao tentar lapidar as relações pessoais, o nosso futuro é um só: o adoecimento.
21 de março de 2017
Silvia Zanolla
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