"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

O LIMITE NECESSÁRIO


O lema em voga é tolerância 100% ou intolerância zero, que consiste em não se poder reclamar do jeito como os outros vivem ou se comportam, de modo que se tornou uma obrigação aceitar o outro como ele é.

Não advogo a tese de que se deve tratar mal ou discriminar uma pessoa porque é diferente do que está convencionado, mas ninguém pode ser obrigado a concordar com a atitude desagradável.

Tomar banho, vestir uma roupa limpa e se perfumar, quando a renda permite, não são apenas meios de higiene e satisfação pessoal, mas formas de agradar os semelhantes, como as palavras positivas e os elogios sinceros.

É, portanto, insincero e falso ter de aceitar sentar-se à mesa com alguém que não tenha modos e não respeite nenhuma convenção. A recíproca também é verdadeira.

Dizer que o mais importante nas relações é aceitar o outro sem restrições é executar uma estratégia de atender aos caprichos de quem não aceita nenhum tipo de limite e freio.

A geração que cresceu quebrando tabus encucou a ideia de que é proibido proibir e firmou posição no sentido de que a busca da virtude individual é uma caretice e todos devemos ser felizes a qualquer preço.

No momento em que os desembestados predominam, chegou a hora de dizer que para tudo há um limite.


16 de fevereiro de 2017
Miguel Lucena

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