O lema em voga é tolerância 100% ou intolerância zero, que consiste em não se poder reclamar do jeito como os outros vivem ou se comportam, de modo que se tornou uma obrigação aceitar o outro como ele é.
Não advogo a tese de que se deve tratar mal ou discriminar uma pessoa porque é diferente do que está convencionado, mas ninguém pode ser obrigado a concordar com a atitude desagradável.
Tomar banho, vestir uma roupa limpa e se perfumar, quando a renda permite, não são apenas meios de higiene e satisfação pessoal, mas formas de agradar os semelhantes, como as palavras positivas e os elogios sinceros.
É, portanto, insincero e falso ter de aceitar sentar-se à mesa com alguém que não tenha modos e não respeite nenhuma convenção. A recíproca também é verdadeira.
Dizer que o mais importante nas relações é aceitar o outro sem restrições é executar uma estratégia de atender aos caprichos de quem não aceita nenhum tipo de limite e freio.
A geração que cresceu quebrando tabus encucou a ideia de que é proibido proibir e firmou posição no sentido de que a busca da virtude individual é uma caretice e todos devemos ser felizes a qualquer preço.
No momento em que os desembestados predominam, chegou a hora de dizer que para tudo há um limite.
16 de fevereiro de 2017
Miguel Lucena
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