"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

EMPRESÁRIO ERA COMPANHIA DE TEORI PARA FUGIR DA PRESSÃO DE BRASÍLIA, DIZ A FOLHA



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Filgueiras: amigo de fé, irmão, camarada
Companheiros de viagem rumo a dias de descanso em uma paradisíaca propriedade em Paraty, Teori Zavascki, 68, e Carlos Alberto Filgueiras, 69, o anfitrião e dono da aeronave acidentada, eram dois amigos improváveis. “Self-made man”, o empresário à frente do Grupo Emiliano de hotéis é descrito como uma figura leve, festeira, exuberante, que apreciava sem moderação as boas coisas da vida. Gostava de música, charutos e mulheres bonitas e jovens. Já o ministro do STF, era um tipo pouco sociável, formal e de temperamento mais germânico, que virou hóspede frequente do hotel Emiliano, nos Jardins, quando vivia um drama familiar.
Durante um ano acompanhou o tratamento de câncer da mulher que amava, tendo escolhido o hotel pela proximidade com o Hospital Sírio-Libanês. Ao ficar viúvo em 2013, Teori continuou próximo ao empresário do ramo de hotelaria, que se destacou no ramo pela excelência no atendimento em um nicho de altíssimo luxo. Sempre que queria fugir de Brasília e das pressões de ser o relator da Lava Jato no Supremo, o ministro buscava a companhia de Filgueiras, com quem podia falar de vinho, de arte.
PROTEGIDO – Até mesmo em razão de hábitos e interesses tão diferentes, o ministro se sentia protegido nesse universo ao redor do dono do Emiliano. Era tratado sem a formalidade e os salamaleques da Corte, mas com todo o conforto e as regalias do “bon vivant” da hotelaria.
“Uma tragédia os uniu e outra os levou”, resume um amigo. Além do piloto Osmar Rodrigues, 56, de Teori e Filgueiras, mais duas mulheres estavam no avião no momento do acidente.
Eram Maíra Panas, 23, e sua mãe, Maria Hilda Panas, 55. “Maíra era massoterapeuta e prestava serviço a Carlos Alberto Fernandes Filgueiras, que passava por tratamento no ciático”, informa o Grupo Emiliano, em nota. “Maria Ilda, professora da rede infantil de ensino, veio de Juína, em Mato Grosso, visitar a filha, que morava em São Paulo.” A Folha apurou que a presença da mãe foi uma condição imposta pela massoterapeuta para aceitar o serviço e se deslocar até Paraty.
AVENTURA EMPRESARIAL – Antes de criar um hotel icônico como o Emiliano, Filgueiras trabalhou em Serra Pelada, foi dono de madeireira e atuou no mercado de incorporação de imóveis. Fez fortuna e alimentou um espírito aventureiro até resolver entrar para o ramo de hotelaria depois de um fracasso.
Transformou o prédio de apartamentos de dois quartos na valorizada região dos Jardins, que havia encalhado nas vendas, em um hotel de luxo. Deu o nome de Emiliano, o mesmo de um dos quatro filhos. É pai também de Gustavo que, nos últimos cinco anos, vinha preparando para assumir os negócios na sua ausência.
PARAÍSO PRIVADO – Paraty era o seu paraíso privado, de onde mandava vir peixe fresco diariamente para o restaurante do hotel e recebia os amigos.
“Carlos Alberto foi uma das pessoas mais espetaculares e generosas que conheci na vida. Nunca vi ninguém com senso estético e de beleza tão apurado. Sabia ver o belo e reproduzir”, define o consultor Mario Rosa, um dos clientes habitués do Emiliano de São Paulo, onde é recebido com mordomias extras, como a de deixar suas roupas no hotel e ao retornar ao hotel ser recebido com o quarto remontado como se não tivesse se ausentado.
Filgueiras morava em um apartamento no prédio ao lado do hotel e ali também mantinha outros dois imóveis nos quais hospedava os clientes fiéis do Emiliano, em caso de algum deles chegar e não haver quartos disponíveis. Ao mesmo tempo que era simples e informal no trato, ele buscava a sofisticação em detalhes.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Então, está tudo explicado. É confortador saber que Teori fugia de Brasília para conversar com Filgueiras sobre vinho e arte. É o chamado papo-cabeça. (C.N.)

20 de janeiro de 2017
Eliane Trindade
Folha

http://lorotaspoliticaseverdades.blogspot.com/2017/01/empresario-era-companhia-de-teori-para.html

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