"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

CONSELHEIRO DO TCE FEZ 'VAQUINHA' PARA OCULTAR ENRIQUECIMENTO ILÍCITO DE CABRAL


 pé ao George Sadala em clima da "boquinha da garrafa", na porta do Hotel Ritz, enquanto os amigos caem na gargalhada ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Aloysio Neves é o segundo, em pé (da direita para a esquerda)
O presidente eleito do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Rio, Aloysio Neves, teve três das últimas cinco declarações de imposto de renda enviadas pelo economista Carlos Eduardo Miranda, apontado pelo Ministério Público Federal como operador financeiro do esquema do ex-governador Sérgio Cabral. Dados de relatório da Receita Federal apontam que Miranda era o responsável pelo envio das declarações de Cabral, de seus familiares e auxiliares mais próximos. A lista também inclui Neves.
A participação do economista na vida fiscal do ex-governador e seus aliados foi usada pela procuradoria para mostrar a proximidade do suspeito com o peemedebista e pessoas de seu entorno.
O futuro chefe do TCE, órgão que analisa as contas do Estado, não é alvo de investigação da Operação Calicute. Ele tem foro privilegiado e qualquer inquérito aberto deve ser conduzido no STJ (Superior Tribunal de Justiça).
NO GABINETE – Em nota, o conselheiro afirmou que se desvinculou profissionalmente de Cabral em 2003. Ele afirmou que conheceu Miranda no gabinete do peemedebista na Assembleia Legislativa. Disse que há dois anos o economista “não presta mais esse favor”.
Eleito por unanimidade para comandar o tribunal no biênio 2017-2018, Neves teve as declarações de renda enviadas por Miranda em 2012, 2013 e 2015, segundo a Receita.
Além dele e de Cabral, usaram os serviços de Miranda dois filhos, a ex-mulher, o irmão e um funcionário do ex-governador. Neves começou a trabalhar com Cabral na década de 1990, primeiro como assessor. Depois, se tornou chefe de gabinete quando o ex-governador presidiu a Assembleia, entre 1995 e 2003.
OUTRAS SITUAÇÕES – O conselheiro também foi citado em outras situações vividas pelo peemedebista. Ele aparece em algumas fotos que registravam confraternização de Cabral com empresários em Paris, em 2009. Entre eles estavam o empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta. Em negociação para delação premiada, ele afirmou que na viagem presenteou Cabral com um anel de R$ 800 mil.
Neves também emprestou, em 1996, R$ 54 mil a Cabral para a compra de sua casa no Hotel Resort Portobello. O repasse ocorreu quando ele recebia R$ 5.400 mensais no gabinete do peemedebista. Outros dois funcionários do gabinete declararam empréstimos que justificaram a origem dos recursos para a compra do imóvel, caso revelado pela revista “Época”.
Escolhido em 2010 para o TCE, Neves nomeou em seu gabinete a cunhada do ex-governador Nusia Ancelmo Mansur. Ela pediu exoneração na semana passada, após a rádio Bandnews informar sua lotação.
OUTRO LADO – Aloysio Neves, disse, em nota, que não integrou o governo Sérgio Cabral, de quem se desligou profissionalmente em 2003. O conselheiro confirmou que conheceu Carlos Emanuel Miranda no gabinete de Cabral, onde trabalhou por 12 anos.
“No gabinete também trabalhava o sr. Carlos Miranda, contador por formação. Ele fazia as declarações de imposto de renda de vários colegas, mas desde o ano de 2014 não presta mais esse favor ao hoje conselheiro”.
Neves disse que as fotos de Paris foram feitas num jantar de confraternização após entrega da condecoração Ordem Nacional da Legião de Honra. Ele diz que estava de férias, “em viagem paga com seus próprios recursos”, quando foi convidado por Cabral para a comemoração.
Neves diz que Nusia Ancelmo Mansur é servidora do TCE desde 2002 e “os motivos de seu pedido de exoneração foram de ordem pessoal”.
Ele disse que Cabral pagou os R$ 54 mil emprestados.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Aloysio Neves entrou na falsa “vaquinha” que foi organizada por Cabral para justificar a compra da propriedade em Portobello, e o publicitário Rogério Monteiro completou a farsa, ao declarar que pagava Sérgio Cabral por fora para fazer “consultorias políticas”, ou seja, o então presidente da Assembléia prestava serviços ilegais a uma empresa particular, mas não houve a menor providência para processá-lo. Na época, o governador Marcello Alencar preparou um dossiê devastador contra Cabral, mas acabou não exibindo, porque o então deputado também tinha um dossiê contra os filhos de Alencar, Marco Aurélio (Secretário da Fazenda) e Marco Antônio (Chefe da Casa Civil). Como dizia nosso amigo Ibrahim Sued, em sociedade tudo se sabe. (C.N.)

08 de dezembro de 2016
Italo Nogueira
Folha

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