Está evidente, sem discutir o mérito das questões, o impulso político que movimenta tanto os sindicatos dos trabalhadores quanto os interesses da legenda partidária.
Os setores sindicais argumentam, o que de fato é verdade, serem eles importantes no desfecho da luta contra o processo de impeachment. Assim verifica-se uma colisão de objetivos, dentro de uma convergência eleitoral comum.
A questão é delicada e complexa, como aliás assinalou o Estado de São Paulo em seu principal editorial da edição de ontem, domingo.
Complexa, porque significa um condicionante que leve o governo a abrir mão dos princípios da política econômica que adotou com Joaquim Levy e que disse pretender continuar com Nelson Barbosa à frente da Fazenda.
Complexa, porque significa um condicionante que leve o governo a abrir mão dos princípios da política econômica que adotou com Joaquim Levy e que disse pretender continuar com Nelson Barbosa à frente da Fazenda.
Como recuar? – eis a questão. Como prosseguir, sem as bases dos sindicatos, eis um outro teorema. Teor e tema assim se confundem e a presidente da República tem que encontrar uma saída rapidamente, pois, afinal de contas, faltam nove meses para as eleições do início de outubro.
A reforma da Previdência, que claramente vai embutir maiores obstáculos que os de hoje para a aposentadoria, evidentemente provocará um desgaste muito grande ao próprio governo, à presidente em especial, e à sigla do PT de modo geral.
A reforma da Previdência, que claramente vai embutir maiores obstáculos que os de hoje para a aposentadoria, evidentemente provocará um desgaste muito grande ao próprio governo, à presidente em especial, e à sigla do PT de modo geral.
Para se ter uma idéia, hoje são 32 milhões de aposentados e pensionistas do INSS e pela ordem natural das coisas anualmente se aposentam cerca de 3 milhões de pessoas, por diversas causas diferentes, a principal delas a combinação entre a idade de homens e mulheres com o tempo de contribuição de ambos.
Mas há os acidentes de trabalho e as doenças que impossibilitam a sua execução por milhares de segurados.
Qualquer corte assim no plano dos direitos existentes será um retrocesso social, acarretando consequências nas urnas municipais deste ano.
Qualquer corte assim no plano dos direitos existentes será um retrocesso social, acarretando consequências nas urnas municipais deste ano.
É preciso não esquecer que as bases comunitárias dos quase 6 mil municípios brasileiros, a começar pelos dois maiores colégios eleitorais, as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, constituem fortes alicerces para a disputa da sucessão presidencial de 2018.
É verdade que dois anos no panorama político de qualquer país podem ser traduzidos como uma eternidade, pois as surpresas se sucedem e os imprevistos acontecem sempre. Mas como não se pode prever o futuro temos que analisar no presente o desenrolar dos fatos. As pesquisas estão confirmando a impopularidade, tanto da presidente da República, quanto do Partido dos Trabalhadores.
DESENCANTO
Ocorre, entretanto, que ao constatar esse fenômeno, o Datafolha e o Ibope não apontaram em seus levantamentos recentes o crescimento, em conseqüência, de qualquer outra legenda. Pelo contrário.
DESENCANTO
Ocorre, entretanto, que ao constatar esse fenômeno, o Datafolha e o Ibope não apontaram em seus levantamentos recentes o crescimento, em conseqüência, de qualquer outra legenda. Pelo contrário.
A perplexidade com o quadro nacional preencheu o vazio deixado pelas opiniões de todas as classes sociais que convergiram para uma sensação de desencanto. Sensação lógica, aliás, porque até o momento nenhum partido propôs medida concreta alguma capaz de melhorar o nível de vida dos trabalhadores e funcionários públicos.
Assim, projetar uma nova realidade que dê esperança ao país não é um anseio somente dos vinculados ao PT, porém sim de toda a sociedade brasileira que reúne e traduz uma necessidade de esperança na alvorada do ano que começa.
No momento em que o processo de impeachment revela, por atos e fatos, ter perdido a força, a população brasileira precisa encontrar do governo e também da oposição uma palavra bastante simples e que, segundo Juscelino Kubitschek, é a base da política e também sua essência: “Política é a esperança”, dizia ele.
06 de janeiro de 2016
Pedro do Coutto
No momento em que o processo de impeachment revela, por atos e fatos, ter perdido a força, a população brasileira precisa encontrar do governo e também da oposição uma palavra bastante simples e que, segundo Juscelino Kubitschek, é a base da política e também sua essência: “Política é a esperança”, dizia ele.
06 de janeiro de 2016
Pedro do Coutto
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