O mais do mesmo em Bruzunganda
Por que as manifestações do domingão 13 não levaram tanta gente às ruas como seria desejável? Foi para dar um presente de aniversário para a Dilma, que hoje celebrar mais uma primavera? Não! A resposta está no altíssimo nível de indignação das pessoas que exigem uma "faxina geral" - e não apenas o mero objeto do protesto de ontem, o impeachment da Presidenta Dilma Rousseff. Como a maioria sabe que o impedimento dela pode nem acontecer, preferiram seguir a rotina da vida e ficar em casa, acompanhando quem teve mais condição ou disposição de protestar. Ninguém suporta mais o Estado de coisas no Brasil.
Essa é a leitura que mais preocupa o desgoverno. O Palhasso do Planalto tenta dar uma de malandro e divulga a tese de que "a maioria das pessoas ainda não comprou a ideia do impeachment". Esta é mais uma mentirinha da marketagem oficial. Quase totalidade dos brasileiros querem ver Dilma pelas costas, sentindo-se traídas por ela. O problema é que os traídos não se sentem suficientemente atraídos pelo eventual sucessor da Dilma em caso de impedimento. Michel Temer e o PMDB, até agora parceiros integrais na tragédia petista, não têm credibilidade para seguir no comando desta republiqueta do crime organizado.
O brasileiro, em maioria esmagadora, está de saco de cheio. Quer mudanças, embora não saiba direito o que e nem como precisa mudar. A falta de formação (ou deformação) do cidadão é nossa maior tragédia civilizatória. É o fruto natural de um País mantido historicamente na ignorância, seja por um modelo educacional falido, seja por conceitos errados, vendidos à exaustão pelos poderosos de plantão, que deformaram a consciência nacional. Na prática, poucos sabem o que querem do Brasil - o que dificulta um consenso sobre um projeto de Nação.
A bronca é generalizada contra o Estado que nos escraviza. No entanto, na hora de reivindicar um outro modelo, a maioria acaba clamando por uma variação autoritária da mesma estrutura que nos oprime há séculos. Este é o x do problema que gera uma certa inércia: muita insatisfação combinada com omissão, inação ou ação equivocada. Este comportamento facilita o desgoverno do crime organizado, que ganha tempo, e consegue se recompor a cada crise setorial ou conjuntural, embora a crise estrutural do Estado (mãe de todas as crises) permaneça em vigor. A parada é estranha e sinistra - como define a garotada.
É preciso canalizar a bronca contra o sistema estatal e contra a classe política no sentido de uma mudança concreta, para melhor. Como isto pode acontecer? É a resposta que vale os recursos de um Brasil inteiro. Desvendar tal enigma pode tirar Bruzundanga deste perigoso ritmo de "mais do mesmo".
Dilma comemora mais uma primavera, enquanto o Brasil agoniza em ritmo de verão...
Releia o artigo de domingo: Lula, Crime Organizado e Judicialização da Política
Aprendizado
Maluquice
Tem solução?
Nova sigla
Sábia conclusão
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!
14 de dezembro de 2015
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário