A prisão do senador Delcídio do Amaral, líder do governo Dilma Rousseff, estabelecida pelo Supremo Tribunal Federal, representa sem dúvida o aprofundamento da Operação Lava-Jato, com todas assuas implicações e reflexos diversos. O fato revela que quaisquer obstáculos que estivessem no caminho das investigações e medidas judiciais foram ultrapassados e o caminho está aberto para a sequencia, não só das investigações, mas dos próprios julgamentos.
Paralelamente, emblemática tornou-se também a prisão do banqueiro André Esteves, cujo efeito atinge com intensidade a área empresarial. No caso Delcídio do Amaral, sua prisão desestabiliza o governo como um todo, atinge indiretamente José Carlos Bumlai, além de tornar ainda mais critica a situação de Eduardo Cunha, que não conseguirá permanece na presidência da Câmara Federal. O encarceramento de Delcídio, Bumlai e Esteves, de outro lado, estreita ainda mais a situação dos advogados, entre eles o que está encarregado da defesa de Marcelo Odebrecht. Pois se a Lava Jato apertou o cerco, o fenômeno se irradia de maneira generalizada sobre todos aqueles contra os quais existem evidências (e coincidências) que reforçam a atmosfera de culpa diretamente os envolve.
SEM TRADIÇÃO
A partir de agora, como as emissoras de televisão revelaram às primeiras horas do dia, na versão confirmada pelo Portal G1, os acusados ganharam motivos para se preocupar ainda mais com seu destino. Surpresa? Talvez porque a prisão atual e a perspectiva de condenação não fazem parte da tradição brasileira. Impunidade era a regra, no momento está passando à categoria de exceção. Exatamente o contrário do caráter negativo aplicado à honestidade. A Lava Jato, na linguagem de nosso país, está reabilitando as condições e a classificação de honesto. Mas esta é outra questão.
Se o STF decretou a prisão preventiva do senador DelcÍdio, é porque encontrou forte respaldo nos bastidores dos fatos. O que aprofunda ainda mais a importância política do episódio. E é preciso considerar que se trata de prisão preventiva, para a qual não existe prazo determinado. Tentou destruir provas na esfera de Nestor Cerveró, na Petrobrás. Com isso produziu provas contra si mesmo. E tornou irreversíveis os processos na Justiça Federal do Paraná e também os de foro especial, no Supremo.
25 de novembro de 2015
Pedro do Coutto
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