"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

PMDB ENGANA DILMA E JÁ SE PREPARA PARA ASSUMIR O PODER


Foram muito apressados os analistas que entenderam a reforma presidencial como uma capitulação ou cooptação do PMDB. Quase sempre as aparências enganam, e na política as ilusões se multiplicam. Os parlamentares gostam de cargos e de poder, porque assim se fortalecem junto às bases. 
Mas tudo tem limites. Já faz tempo que se sabe que o governo Dilma Rousseff não existe mais, está com a validade vencida e tenta se manter no mercado à custa de jogadas e artimanhas. 

O apoio firme ao governo se limita ao PT e ao PCdoB. Os demais partidos não têm mais ilusões. Fingem fazer parte da base aliada, mas apenas por conveniência provisória. Por isso há tanta dificuldade de aprovar o ajuste fiscal.

Daqui para a frente, a situação só vai piorar, com o avanço do impeachment no Congresso, a retomada das ações na Justiça Eleitoral e o desenrolar da Lava Jato, com as novas delações premiadas de Renato Duque e Nestor Cerveró, que vão liquidar o que resta de Vaccari, Dirceu, Lula, Dilma & Cia. Ltda.

SEMANA QUENTE

Em entrevista a Monica Bergamo, da Folha, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deu a entender que vai rejeitar nesta semana o pedido de impeachment apresentado por Helio Bicudo, Janaína Paschoal e Miguel Reale. 
Com isso, a oposição vai recorrer ao plenário, o requerimento será aprovado e ganharás as ruas, de forma avassaladora. Será o início do fim.

Enquanto a novela não acaba, a sra. Dilma Rousseff continua fingindo que governa, reúne o ministério e reclama que o Brasil está sofrendo um golpe democrático paraguaio, embora o país vizinho costume resolver esse tipo de problema com muito maior velocidade.

A realidade é que a incompetência reina no governo. O ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, Luís Inácio Adams, é tão despreparado que saiu da reunião ainda falando na possibilidade de recorrer ao Supremo contra o TCU, como se tivesse alguma possibilidade de êxito. 
Além disso, se propõe a redigir uma cartilha de perguntas e respostas, para que todos os ministros possam defender o governo no caso das pedaladas, como se eles fossem incapazes de fazê-lo, vejam a que ponto chegou o caos na gestão desta senhora.

FALSAS ALEGRIAS

Paradoxalmente, a partir de agora a presidente Dilma terá algumas falsas alegrias. O Congresso vai confirmar seus vetos e aprovar o ajuste, com possibilidade de aceitar até mesmo a criação da CPMF, porque o PMDB sabe que vai precisar dessa fonte de receita quando assumir o poder.

A estratégia do partido é aprovar o impeachment de Dilma no Congresso e contar com a lerdeza do Tribunal Superior Eleitoral, que demorou quase um ano para iniciar uma ação do PSDB para cassar Dilma e Michel Temer por crime eleitoral. 
Assim, Temer e o PMDB levariam o governo até o final em 2018 e ainda poderiam tentar a reeleição.

Bem, o PMDB tem direito de sonhar, ainda não é proibido. Mas o fato, incontestável, incontornável e indiscutível, é que o impeachment vai decolar, com ampla possibilidade de sair vitorioso, e desta vez será o PMDB que terá de ceder ministérios aos outros partidos.



12 de outubro de 2015
Carlos Newton

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