"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

O "RONALDINHO" E O "TOM BRADY" DO LULA



De Lauro Jardim, na sua coluna de estreia em O Globo:

Está destinada a causar um estrondoso tumulto a delação premiada de Fernando Baiano, cuja homologação foi feita pelo ministro Teori Zavascki na sexta-feira.O operador (de parte) do PMDB na Petrobras pôs no olho do furacão nada menos do que Fábio Luís Lula da Silvao Lulinha

Baiano contou que pagou despesas pessoais do primogênito de Lula no valor de cerca de R$ 2 milhões. Ao contrário dos demais delatores, que foram soltos logo após a homologação das delações, Baiano ainda fica preso até 18 de novembro, quando completa um ano encarcerado. Voltará a morar em sua cobertura de 800 metros quadrados na Barra da Tijuca.

A propósito, quem teve acesso ao conteúdo da delação conta que Eduardo Cunha é, sim, citado por Baiano, que reconhece suas relações com o presidente da Câmara. Mas não entrega nada arrasador contra Cunha.

Da Folha de São Paulo

No domingo, 3 de outubro, o Vasco da Gama Patriotas enfrentou o T-Rex no Rio. A disputa atraiu pouco mais de 300 pessoas que pagaram R$ 10 para assistir à partida do Torneio Touchdown, organizado por Luis Cláudio Lula da Silva, 30 anos, filho caçula do ex-presidente Lula. 

A despeito do público escasso de um esporte que engatinha no Brasil, a liga ostenta patrocinadores cobiçados, como a cerveja Budweiser e o energético TNT. Os valores das cotas são sigilosos."O site é amador, o público pequeno, o evento e os jogos não são transmitidos na tevê, por isso o retorno para patrocinadores é baixo", avalia o especialista em marketing esportivo Amir Somoggi. 

"Mas o mercado de futebol americano pode ser o futuro e a NFL, liga norte-americana, é uma das mais valiosas do mundo, chegando a faturar US$ 50 milhões só com ingresso da final", pondera. São com números como esses que Luis Cláudio justifica sua entrada no torneio, que viu a prosperidade chegar com ele, em 2011. A quantidade de times saltou de 7 em 2010 para 20 em 2014 e hoje está na marca dos 16. 

Duas temporadas –de 2012 e 2013– foram televisionadas. Os clubes passaram a receber uma ajuda de custo anual de R$ 20 mil e dinheiro para confecção de uniformes. No e-mail em que comunicou a fãs da modalidade a sociedade com Luis Cláudio, o criador do Touchdouwn André Adler, morto em 2012, disse que ele vinha para "elevar o potencial de captação".

Na mensagem também comemorou o fruto da parceria, a final da temporada de 2011 no estádio do Ibirapuera, em São Paulo. Na plateia do jogo estava Lula. Em entrevistas, o petista disse que, da mesma forma que o Brasil trabalhou para que o futebol brasileiro desse certo nos EUA, acreditava que o americano poderia vingar no Brasil. 

Menos de dois anos depois o campeonato contava com sete patrocinadores. Além dos atuais TNT e Budweiser, investiam no Touchdown Tigre, Sustenta Energia, do grupo JHSF, Qualicorp e GOL.
Outra patrocinadora nos anos 2012 e 2013 foi a Caoa Hyundai, que segundo o jornal "Estado de S. Paulo" contratou o escritório de lobby Marcondes & Mautoni, investigado pela Polícia Federal e pela CPI do Carf, para obter a extensão da desoneração fiscal por meio de uma medida provisória que teria sido comprada por lobistas. 

O escritório M&M também teve relações com Luis Cláudio. Em 2014, a M&M contratou a LFT Marketing Esportivo, a outra empresa do filho do ex-presidente, por R$ 2,4 milhões. Segundo Mauro Marcondes, sócio do escritório, um dos serviços prestados se referia a um projeto de um ônibus que circularia pelo Brasil durante a Copa do Mundo divulgando uma patrocinadora do mundial. 

Os planos não saíram do papel. Outro trabalho foi a assessoria a um projeto para integrar modalidades esportivas em um centro de exposições que está sendo planejado no interior de São Paulo. "Considerei o valor caro, mas fiquei satisfeito com o resultado que ele me apresentou", afirmou Marcondes. 

A realidade do Touchdown é bem diferente da vivida pela CBFA (Confederação Brasileira de Futebol Americano), entidade oficial do esporte que organiza desde 2012 um campeonato nacional paralelo ao do filho de Lula. Nas suas quatro temporadas realizadas, ela nunca angariou um patrocínio anual.

DIRETOR GERAL
É de um escritório em um prédio comercial nos Jardins, em São Paulo, que Luis Cláudio gerencia suas duas empresas voltadas para o ramo esportivo: a Touchdown Promoções e Eventos Esportivos, que administra a liga de futebol americano, e a LFT Marketing Esportivo, dedicada a projetos para outras empresas. 

Clientes relatam que o espaço tem três cômodos, poucos funcionários e o irmão Fábio Luis, o Lulinha, entre os vizinhos. 
O apelido é o mesmo que Luis Cláudio carrega nos gramados, apesar de rechaçá-lo. Nos documentos da Touchdown, a empresa criada para gerenciar o torneio, Luis Cláudio aparece como "diretor geral". 
Segundo donos dos times que participam da competição, é ele o responsável pelas principais atividades, como definição de locais onde acontecerão as partidas e prospecção de verbas. O valor captado não é partilhado com os times. 

"Não sabemos quanto Luis Cláudio capta, mas parte disso é direcionado para nós", conta o presidente da equipe do Flamengo no torneio, Rogério Pimentel. 
Formado em educação física, Luis Cláudio passou pelos principais clubes de futebol de São Paulo trabalhando como auxiliar de preparadores físicos. 
O São Paulo foi o primeiro a abrir as portas para o filho do ex-presidente da República, que trabalhou ali por cerca de três meses. 
Luis Cláudio também atuou no Palmeiras quando Vanderlei Luxemburgo era técnico do time, em 2008. Em 2009, quando ingressou no Corinthians, ganhou mais visibilidade na imprensa com ajuda do clube.

12 de outubro de 2015
in coroneLeaks

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