Nenhuma palavra é mais usada no vocabulário político do que “fascismo”, e nenhuma parece mais apartada da realidade. Vendo os discursos de políticos, jornalistas e intelectuais no Brasil, parece que sairemos à rua e nos depararemos com camisas negras, glorificações a Mussolini e exigências de tudo ser colocado dentro do Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado. Na vida real, não vemos nada disso. Aliás, vemos o último: mas quem pede a estatização total da vida são justamente os que mais acusam os outros de fascistas.
Isso tem explicação. Lew Rockwell já alertou, em A ameaça fascista, que nenhuma outra palavra é mais pesada no vocabulário político. “Fascismo” é visto como o mal em si, algo que une a direita e a esquerda em seu repúdio.
O jornalista John T. Flynn analisa os pontos que definem um governo fascista. O governo é totalitário, pois desconhece limites para seu poder. É uma ditadura, baseada no princípio da liderança. Permite algum mercado, mas atolado numa imensa burocracia. A economia é cartelizada e controlada por sindicatos.
Tentar encarar o fascismo apenas pelo militarismo tampouco convence. Fascistas promovem amplas campanhas de desarmamento para concentrar o poder nos líderes do Estado. Parece com os militares brasileiros ou com seus críticos, hoje no poder?
O coletivismo é a tônica, com total subordinação das liberdades individuais – seja ter uma opinião, escrever em um jornal ou criar uma empresa e lucrar o quanto quiser – aos ditames de um Estado total, com um planejamento central. Parece mais algo de “coxinhas” ou justamente dos progressistas atuais?
Na narrativa típica, vemos o fascismo por seus aspectos periféricos. Na realidade, o grosso do fascismo é justamente o que é defendido pelos supostos “críticos”, que adoram chamar seus adversários de fascistas. Inclusive os judeus, as maiores vítimas dos fascistas, foram vítimas justamente por serem a “burguesia”, a elite de hoje.
Xingar um fascista de fascista não ofende. Todavia, chamar alguém que repudia o fascismo disso ofende. Sem perceber, ao chamar tudo de “fascista”, progressistas não percebem que provam que os liberais são radicalmente adversários do fascismo.
17 de agosto de 2015
Flávio Morgenstern
Isso tem explicação. Lew Rockwell já alertou, em A ameaça fascista, que nenhuma outra palavra é mais pesada no vocabulário político. “Fascismo” é visto como o mal em si, algo que une a direita e a esquerda em seu repúdio.
Entretanto, ao se pedir para as mesmas pessoas que detestam fascistas que descrevam o sistema político que defendem, muitas acabarão justamente defendendo o fascismo.
Sobretudo graças ao Holocausto promovido pelos nazistas, espécie de ultrafascistas, a narrativa histórica parece apenas promovê-los como assassinos desmotivados. Pelo contrário: o genocídio fascista do século 20 tinha profunda base filosófica – o que é uma violência ainda mais perigosa. E esta base continua movendo corações e políticas mundo afora.
Sobretudo graças ao Holocausto promovido pelos nazistas, espécie de ultrafascistas, a narrativa histórica parece apenas promovê-los como assassinos desmotivados. Pelo contrário: o genocídio fascista do século 20 tinha profunda base filosófica – o que é uma violência ainda mais perigosa. E esta base continua movendo corações e políticas mundo afora.
O jornalista John T. Flynn analisa os pontos que definem um governo fascista. O governo é totalitário, pois desconhece limites para seu poder. É uma ditadura, baseada no princípio da liderança. Permite algum mercado, mas atolado numa imensa burocracia. A economia é cartelizada e controlada por sindicatos.
O planejamento econômico é baseado no princípio da autarquia. O governo se sustenta com gastos e empréstimos. Os gastos são sobretudo militares, e com fins imperialistas. Excetuando-se estas últimas definições, nada muito diferente do sistema atual do Brasil, por exemplo. Para subir ao poder, fascistas disputam eleições livremente, e logo começam com conchavos com empresários que aceitem trocar a livre concorrência no mercado por monopólios com o Estado. Familiar?
Tentar encarar o fascismo apenas pelo militarismo tampouco convence. Fascistas promovem amplas campanhas de desarmamento para concentrar o poder nos líderes do Estado. Parece com os militares brasileiros ou com seus críticos, hoje no poder?
O coletivismo é a tônica, com total subordinação das liberdades individuais – seja ter uma opinião, escrever em um jornal ou criar uma empresa e lucrar o quanto quiser – aos ditames de um Estado total, com um planejamento central. Parece mais algo de “coxinhas” ou justamente dos progressistas atuais?
Na narrativa típica, vemos o fascismo por seus aspectos periféricos. Na realidade, o grosso do fascismo é justamente o que é defendido pelos supostos “críticos”, que adoram chamar seus adversários de fascistas. Inclusive os judeus, as maiores vítimas dos fascistas, foram vítimas justamente por serem a “burguesia”, a elite de hoje.
Xingar um fascista de fascista não ofende. Todavia, chamar alguém que repudia o fascismo disso ofende. Sem perceber, ao chamar tudo de “fascista”, progressistas não percebem que provam que os liberais são radicalmente adversários do fascismo.
17 de agosto de 2015
Flávio Morgenstern
Nenhum comentário:
Postar um comentário